ATA DA TRIGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 16.05.1990.
Aos dezesseis dias do mês de maio do ano de mil
novecentos e noventa, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Trigésima Sexta Sessão Ordinária da
Segunda Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às quatorze horas e
quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos
Vereadores Antonio Hohlfeldt, Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Brum,
Clóvis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli,
Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn,
Jaques Machado, João Dib, João Motta, José Alvarenga, Lauro Hagemann, Leão de
Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nelson Castan,
Omar Ferri, Valdir Fraga, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo,
Adroaldo Correa e Martim Aranha. Constatada a existência de “quorum”, o Sr.
Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver. Edi Morelli que
procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir o Sr. Secretário procedeu à
leitura das Atas da Trigésima Quinta Sessão Ordinária e da Décima Sessão Solene
que, juntamente com a Ata Declaratória da Trigésima Quarta Sessão Ordinária e a
Ata da Trigésima Terceira Sessão Ordinária, foram aprovadas. À MESA foram
encaminhados: pelo Ver. Edi Morelli, 04 Pedidos de Providências; 01 Pedido de
Informações; pelo Ver. Gert Schinke, 02 Pedidos de Providências; 01 Pedido de
Informações; pelo Ver. Ervino Besson, 09 Pedidos de Providências; pelo Ver.
Jaques Machado, 01 Pedido de Informações; 01 Projeto de Lei do Legislativo nº
52/90 (Processo nº 964/90). Do EXPEDIENTE constaram o Ofício nº 215/90, do
Secretário Municipal da Cultura e Cartões da Fundação Rubem Berta, Conselho de
Administração, Diretores e Funcionários do Grupo VARIG e de Hartz Wainer. A
seguir, foi aprovado Requerimento verbal do Ver. Dilamar Machado, solicitando a
inversão da ordem dos trabalhos, passando-se ao período de PAUTA. Em Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 35,
38, 36, 37, 40, 20/90, o Projeto de Lei do Executivo nº 25/90, discutido pelos
Vereadores Dilamar Machado, Airto Ferronato e Adroaldo Correa; em 2ª Sessão, o
Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei do Executivo nº 15/90, o Substitutivo nº
02 ao Projeto de Lei do Executivo nº 16/90, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de
Lei do Executivo nº 17/90, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo
nº 15/90, o Projeto de Lei do Executivo nº 23/90; em 3ª Sessão, o Projeto de
Lei do Legislativo nº 33/90, o Projeto de Lei do Executivo nº 22/90, os
Projetos de Resolução nºs 51/89, 07, 12 e 13/90. Após, constatada a existência
de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em continuidade, o Sr. Secretário
apregoou o recebimento de duas Emendas de Líder, dos Vereadores Antonio
Hohlfeldt, subscrita pelo Ver. Lauro Hagemann, e Vieira da Cunha, subscrita
pelo Ver. Dilamar Machado, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
14/89 e de duas Emendas de Líder, do Ver. Artur Zanella, ao Projeto de Lei do
Executivo nº 95/89. Na ocasião, o Sr. Presidente acolheu Questão de Ordem do
Ver. Antonio Hohlfeldt, acerca do procedimento a ser adotado, conforme a nova
Lei Orgânica Municipal, para concessão de Títulos Honoríficos de Cidadão
Emérito e de Cidadão de Porto Alegre por este Legislativo. Às quinze horas e
cinqüenta e um minutos, foram suspensos os trabalhos, nos termos do artigo 84,
III do Regimento Interno. Às quinze horas e dezesseis minutos, constatada a
existência de “quorum”, foram reabertos os trabalhos e o Sr. Presidente
registrou a presença, na Casa, dos Senhores Ernani Machado, Aderbal Barbosa
Faria e Fernando da Costa Gama, integrantes da Mesa Administrativa da Irmandade
do Divino Espírito Santo, convidando os Vereadores Martim Aranha e Jaques
Machado a conduzirem S.Sas. ao Plenário. Após, o Sr. Presidente concedeu a
palavra ao Dr. Aderbal Barbosa Faria que, em nome da Irmandade do Divino Espírito
Santo, discorreu sobre os objetivos das visita hoje feita a este Legislativo,
destinada a trazer à Casa a Bandeira do Divino Espírito Santo e convidou a
todos para, dia três do corrente, participarem da festa da sua Irmandade,
evento religioso tradicional de Porto Alegre. A seguir, o Sr. Presidente
concedeu a palavra ao Ver. Dilamar Machado que, em nome da Casa, discorreu
sobre a importância da presença, neste Legislativo, de representantes da
Irmandade do Divino Espírito Santo, com sua mensagem religiosa de fé e de
esperança. Às quinze horas e vinte e oito minutos, o Sr. Presidente suspendeu
os trabalhos, nos termos do artigo 84, II do Regimento Interno, sendo os mesmos
reabertos, constatada a existência de “quorum”, às quinze horas e quarenta e
três minutos, dando-se continuidade a Ordem do Dia. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 14/89,
juntamente com as Emendas nºs 01 e 02, após ter sido encaminhado à votação pelo
Ver. Isaac Ainhorn e, também Requerimento de autoria do Ver. Dilamar Machado,
solicitando que esse Projeto seja dispensado de distribuição em avulsos e
interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data;
aprovado, ainda, o Projeto de Lei do Executivo nº 95/89, pela unanimidade de
vinte e oito Votos SIM, em votação nominal a Requerimento aprovado do Ver.
Artur Zanella, juntamente com a emenda nº 03, por vinte e oito Votos SIM contra
uma ABSTENÇÃO, em votação nominal a Requerimento aprovado, apresentado pelo
Ver. Nelson Castan; ocasião em que o Senhor Presidente apregoou o Requerimento
do Ver. Artur Zanella, solicitando a retirada das emendas nºs 01 e 02; o
referido Projeto foi, anteriormente, discutido pelos Vereadores Wilton Araújo,
Dilamar Machado, Artur Zanella, Nelson Castan, Antonio Hohlfeldt e João Dib;
aprovado, também, Requerimento de autoria do Ver. João Motta, solicitando que o
Projeto de Lei do Executivo nº 95/89, seja dispensado de distribuição em
avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta
data. Durante esse período da Sessão, o Senhor Presidente respondeu a Questões
de Ordem dos Vereadores: Artur Zanella, acerca da modalidade de votação desse
Projeto e, Antonio Hohlfeldt, acerca da distribuição de cópias aos Senhores
Edis da Emenda nº 03, anteriormente apregoada pela Mesa. Das dezessete horas e
dez minutos às dezessete horas e quinze minutos, os trabalhos estiveram
suspensos nos termos regimentais. Constatada a existência de “quorum” e
reiniciados os trabalhos da Ordem do Dia, esteve em apreciação o Projeto de Lei
do Legislativo nº 88/89 que, após ter sido discutido pelo Ver. Artur Zanella,
teve sua apreciação protelada, por uma sessão, nos termos do Requerimento
apresentado, e aprovado, por aquela Excelência. Em continuidade, em Discussão
Geral e Votação, foram aprovados: o Projeto de Lei do Legislativo nº 43/89; os
Projetos de Resolução nºs 01, 02 e 05/90; o Pedido de Autorização nº 02/90 e,
em Votação, o Requerimento nº 268/89; e os Requerimentos, solicitando dispensa
de interstício e distribuição em avulsos para suas Redações Finais,
considerando-as aprovadas nesta data, dos Vereadores Luiz Braz, Nelson Castan,
Dilamar Machado e Luiz Machado, respectivamente, aos quatro Projetos acima
mencionados. Foram aprovados, ainda, os seguintes Requerimentos: do Ver.
Antonio Hohlfeldt, de Votos de Congratulações com Coral Masculino Vinte e Cinco
de Julho, pela passagem dos seus quarenta anos de existência; com a Senhora
Nélida Piñon, por sua posse na Academia Brasileira de Letras; do Ver. Artur
Zanella, de Votos de Congratulações com Valesca de Assis, pelo lançamento de
seu primeiro livro “A Valsa da Medusa”; com a Casa de Portugal e com a
Biblioteca Luiz de Camões, pelo lançamento do livro do Cônsul de Portugal no
Rio Grande do Sul, Emídio da Veiga Domingos; com o Engenheiro Pedro Bisch Neto,
pela sua posse como Diretor Geral na Secretaria do Interior, Desenvolvimento
Regional e Urbano e Obras Públicas; com a Professora Hilária P. Badke, pela
passagem dos vinte e cinco anos de seu exercício de magistério; com a nova
Diretoria do Conselho Regional de Administração do Rio Grande do Sul; com o
Major Cirugião-Dentista Itaboraí Reveredo Kunert, pelo recebimento do título de
Membro Titular da Academia Brasileira de Odontologia Militar; com André Lofeirman
- Presidente, Margaret Tse, Artur Garrastazu Gomes Ferreira, Eduardo Tevah e
Jorge Eduardo Soares Estima, Diretores, por suas posses no Instituto de Estudos
Empresariais; com Juracy Cunegato Marque por sua posse como Diretora-Presidente
da Fundação para Desenvolvimento dos Recursos Humanos; com a nova Diretoria do
Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre; com a Assembléia
Legislativa do Estado pela passagem de seus cento e cinqüenta e cinco anos; com
a Escola Superior de Educação Física do Rio Grande do Sul, pela passagem de
seus cinqüenta anos; com Edmar Morel Tutikian pela posse na Superintendência da
Legião Brasileira de Assistência; de Votos de Pesar pelos falecimentos de
Dirceu Spalding de Almeida Wedy, de Rui dos Santos Gonçalves, de Ruy Porto; e
solicitando seja realizada, dia onze de setembro do corrente ano, Sessão Solene
dedicada a homenagear os Administradores; do Ver. Cyro Martini, de Votos de
Congratulações com Pedro Gonçalves da Silva, pela passagem do quadragésimo
quinto aniversário da participação do mesmo na Força Expedicionária Brasileira;
com o Clube de Mães Antônio Carlos de Tibiriçá; e com Rui Barbosa da Silva por
ser o morador mais antigo do Bairro Glória e esportista destaque nacional; do
Ver. Dilamar Machado, solicitando que o Projeto “Porto Alegre - ano dois mil”,
seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das
comissões competentes; do Ver. Edi Morelli, de Voto de Pesar pelo falecimento
do Bacharel Antonio Luiz Goulart; do Ver. João Dib, de Voto de Pesar pelo
falecimento de Norma Appel Bojunga e de Kresimir Felix Petek; do Ver. Leão de
Medeiros, solicitando que seja convidado a comparecer nesta Casa o Senhor
Secretário Municipal do Governo, a fim de que possa prestar esclarecimentos a
respeito da estruturação e funcionamento da Guarda Municipal de Porto Alegre;
do Ver. Luiz Braz, solicitando seja o Grande Expediente da Sessão do dia vinte
e oito do corrente mês e ano, dedicado a homenagear o Centro Uruguaianense, em
razão do seu trigésimo quinto aniversário de fundação; do Ver. Luiz Machado, de
Voto de Pesar pelo falecimento do Ver. Arnaldo Francisco Rosado de Souza; do
Ver. Martim Aranha, de Voto de Pesar pelo falecimento de Armando João Petersen;
do Ver. Valdir Fraga, de Voto de Congratulações com o Riograndense Tênis Clube,
pela passagem de seu trigésimo sétimo aniversário; e solicitando que o Projeto
de Lei do Executivo nº 14/90 seja submetido à reunião conjunta das comissões
competentes; do Ver. Vieira da Cunha, solicitando seja o Grande Expediente da
Sessão Ordinária do dia vinte e sete de agosto do corrente ano, destinado a
assinalar os vinte e nove anos do “Movimento pela Legalidade”; e que seja
realizada uma Sessão Solene, dia vinte e três de agosto do corrente ano, em
homenagem à memória do ex-Presidente Getúlio Vargas; do Ver. Wilson Santos,
solicitando que seja o Grande Expediente da Sessão Ordinária do dia vinte e
três do corrente mês e ano, dedicado a homenagear o Grêmio Beneficente dos
Oficiais do Exército, em razão do transcurso de seus setenta e sete anos de
fundação; e, da Mesa, solicitando a constituição de Comissão Especial com a
finalidade de apresentar Projeto de Regimento Interno em conformidade com a Lei
Orgânica Municipal, promulgada em abril deste ano. Ainda, durante a Ordem do
Dia, o Sr. Presidente anunciou deferimento do requerimento de autoria do Ver.
Antonio Hohlfeldt, solicitando a retirada da Emenda de Liderança, subscrita
pelo Ver. Lauro Hagemann, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
14/89; e registrou, também, a presença, em Plenário, do Ver. Waldemar Gauss
Filho, do PFL da Cidade de Charqueadas. Às dezessete horas e vinte e cinco
minutos, o Sr. Presidente levantou os trabalhos da presente Sessão, convocando
os Srs. Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Valdir Fraga, Isaac Ainhorn e Lauro
Hagemann, e secretariados pelos Vereadores Lauro Hagemann e Wilton Araújo. Do
que eu, Lauro Hagemann, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata
que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente
e por mim.
O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): Com a
palavra o Ver. Dilamar Machado.
O SR. DILAMAR
MACHADO: Sr.
Presidente, requeiro inversão dos trabalhos: em primeiro lugar a Pauta, tendo
em vista o grande número de Processos na Ordem do Dia.
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação o Requerimento do Ver. Dilamar Machado. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
1ª SESSÃO
PROC Nº 0820/90 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 035/90, de autoria do Ver. Wilson Santos, que dá nova redação ao artigo 3º da Lei
nº 4187, de 26 de novembro de 1976, que institui o serviço de táxi-lotação. Com Emenda.
PROC Nº 0826/90 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 038/90, de autoria do Ver. Jaques Machado, que denomina Rua Henrique Boldrini um
logradouro público.
PROC Nº 0822/90 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 036/90, de autoria do Ver. Cyro Martini, que cria o Bairro jardim Carvalho,
altera a Lei nº 4.166, de 21 de setembro de 1976, e dá outras providências.
PROC Nº 0963/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 025/90, que fixa os vencimentos dos funcionários da Administração Centralizada e
Autárquica do Município e dá outras providências.
PROC Nº 0825/90 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 037/90, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que dispõe sobre a obrigatoriedade
das empreiteiras, pessoas físicas, jurídicas e órgãos públicos quando da
execução de obras de calçamento, pavimentação e reparos em vias públicas, de
proceder a arborização e dá outras providências.
PROC Nº 0836/90 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 040/90, de autoria do Ver. Mano José, que dispõe sobre a veiculação de anúncios
de propaganda em bens do Município e nos serviços públicos de sua competência.
PROC Nº 0848/90 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 020/90, de autoria do Ver. Edi Morelli, que cancela débitos do Conjunto
Habitacional COHAB - Cavalhada junto ao DMAE e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC Nº 0654/90 – SUBSTITUTIVO Nº 02, de autoria do Ver. Wilson
Santos, ao PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 016/90, que autoriza o
Executivo Municipal a abrir créditos adicionais no valor de Cr$ 194.000.000,00
e dá outras providências.
PROC Nº 0655/90 – SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria
do Ver. Wilson Santos, ao PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 017/90, que
estabelece o Programa Plurianual de Investimentos e o Plano Anual de Aplicação
relativos aos recursos do Fundo Municipal para o Desenvolvimento Urbano e dá
outras providências.
PROC Nº 0653//90 –
SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria
do Ver. João Dib, ao PROJETO
DE LEI DO EXECUTIVO Nº 015/90, que
autoriza o Executivo Municipal a abril crédito especial e a subscrever ações da
Companhia Carris Porto-Alegrense e dá outras providências.
PROC Nº
0855/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 023/90, que aprova o
crédito adicional extraordinário, aberto pelo Decreto nº 9.677, de 28 de março
de 1990, alterado pelo Decreto n° 9.690, de 18 de abril de 1990, do Executivo
Municipal.
3ª SESSÃO
PROC Nº 0811/90
– PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 033/90, de autoria do
Verª Letícia Arruda, que altera a redação dos artigos 1º e 2º da Lei nº 6241,
de 31 de outubro de 1988, e inclui parágrafo único.
PORC Nº 0847/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 022/90, que autoriza o Executivo
Municipal a abrir Crédito Especial no valor de Cr$ 660.000,00.
PROC Nº 3316/89 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 051/90, de autoria do Ver. Wilton Araújo,
que institui o “Prêmio Carlos Alberto Roxo”.
PROC Nº 0741/90 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº
012/90, de autoria da Verª Letícia Arruda, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Jocelin Azambuja.
PROC Nº 0790/90 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 013/90, de autoria do Ver. Wilson Santos, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao industrial Sr. Aldo Sani.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Dilamar Machado.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, venho a esta tribuna para
convocar os companheiros Vereadores a uma objetiva discussão, já a partir da
Sessão de hoje, visando a possibilidade de que na Sessão de amanhã possamos
definitivamente votar o Projeto de reajuste de vencimentos do funcionalismo de
Porto Alegre. A gente sabe que é uma batalha que vem sendo travada de forma
leal, de um lado os funcionários buscando o que a lei lhes autoriza o direito
que a lei lhes confere de um reajuste mínimo de 84,32%. De outro lado o
Executivo buscando mostrar às vezes com maior ou menor convencimento que a
situação financeira da Fazenda Municipal não autoriza, num só momento, este
reajuste que a lei confere aos servidores.
Nós começamos, é
verdade, diante de um patamar muito modesto e muito distante da aspiração que a
lei autoriza aos servidores e a disposição do Partido dos Trabalhadores que
ocupa o Executivo Municipal. O primeiro Projeto nos trazia uma possibilidade de
10% de aumento em abril e 10% em maio, que foi prontamente rechaçado, não só
pela classe municipária, mas também pela Casa que passou a buscar um novo
caminho através de um substitutivo, inclusive, deste Vereador, que aumentava em
50% estas tabelas de reajustes, em 15% e 15%, mas ao mesmo tempo previa, através
de emenda do Ver. Vieira da Cunha, a aceitação por parte do Executivo de que o
direito do funcionário público era de 84,32%, buscando então um caminho de
parcelamento. Também não se chegou a um consenso e agora volta o Executivo do
Município com um Projeto que nos parece mais claro embora mereça de parte desta
Casa, naturalmente, emendas e ajustes e muito está dependendo da conversa que
tiveram ontem os servidores, através de seu sindicato com o Prefeito, cujos
resultados desconheço e também a assembléia geral que a categoria convoca para
hoje às 18 horas. Mas o caminho está aberto à negociação e parece que não é tão
difícil e a minha proposição inicial ao discutir este Projeto nesta tarde é
prepararmos a Câmara Municipal para no dia de amanhã, em Sessão Extraordinária,
consolidarmos finalmente este Projeto votando e determinando o índice de
reajuste que o consenso trouxer. É indiscutível que mesmo esta proposta nova do
Executivo, que prevê majoração de 41,32% no mês de maio e o restante, para
tingir os 84%, parcelado a partir de setembro, não é uma boa proposta. Pode até
ser a que o Executivo tem, mas não atende os interesses da classe dos
municipários. Nós vamos contrapor, através de emenda, que o restante do
reajuste venha em parcelas mais próximas. O Ver. João Dib tem uma proposta de
dividirmos em 5%, mês a mês, até setembro. Eu já entendo que se o Executivo
aceitar e tiver esta disponibilidade, tendo em vista notícias boas na área
fazendária de que a arrecadação de abril foi maior do que o esperado e que a de
maio está sendo alentadora, que este reajuste seja em parcelas no máximo de
três, a partir do próprio mês de junho. Aí, Srs. Vereadores, é que entra a
grande discussão que é o limitador. O Executivo continua tentando impor, já
neste projeto, o limitador de 75% que a classe dos municipários não aceita, ou
pelo menos não aceita no Projeto e aceita discutir porque há uma diferenciação
de conceituação. O problema todo é conceito de despesa com pessoal. Eu acho que
o caminho mais prático era retirarmos desse Projeto o limitador, criarmos uma
Comissão Paritária do Executivo, SIMPA e Câmara Municipal, darmos um prazo
máximo de 15 ou 30 dias e votarmos uma lei complementar que defina uma vez por
todas esse limitador. É sabido que a Constituição prevê até 1993 o ajuste das
prefeituras para que não comprometa mais de 65% de sua folha com pessoal. Eu
confesso a V. Exª que considero esses índices bastante elevados. Acho que o
comprometimento de 65% do que a Prefeitura arrecada apenas com pessoal é um
índice muito elevado e que retira dos executivos a capacidade de obras de maior
importância, especialmente na área de saneamento básico, iluminação pública,
coleta de lixo domiciliar, pavimentação, escolas, postos de saúde. Mas de
qualquer forma é o que a Lei diz e nós não podemos deixar que esse assunto se
arraste até a antevéspera de 1993 para chegarmos na hora da adequação e de um
momento para o outro se, eventualmente, a Prefeitura tiver 90% de sua folha
comprometida como é que vamos reduzir para 65%, demitindo em massa, colocando
em disponibilidade. Acho que o assunto é muito sério e de responsabilidade
desta Casa e deve ser feito, paulatinamente, tecnicamente e corretamente. Por
isso a proposta que trago a discussão da Casa é que, imediatamente, após a
votação deste Projeto tenhamos uma Comissão Paritária para estudarmos com a
Secretaria da Fazenda, com o SIMPA e com a Câmara Municipal uma solução urgente
para esse problema. E a minha proposta seria começarmos talvez em 85% neste ano
de 1990, baixarmos para 80% em 1991, para 70% em 1992, até adequarmos os 65% em
1993. São números a serem discutidos, porque no nó da questão e muitas vezes
até é uma questão fechada do PT: ou tem o limitador ou não tem como conceder o
aumento. Nós sabemos que essas questões fechadas às vezes têm uma brecha pela
qual se pode abrir uma porta de negociação.
O SR. ADROALDO CORRÊA: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Dilamar Machado, já conversei com V. Exª a respeito dessa questão do Projeto
alternativo para esta imposição constitucional do limitador de gasto com
pessoal. Parece que em números nós teríamos divergência se a Comissão existente
do Sindicato, da Prefeitura, acompanhando um membro da Câmara de Vereadores,
tiver acesso aos números da Prefeitura e estes números vão ser o resultado de
compra e venda, resultado de arrecadação e despesa. O que nos parece que é
divergente é a concepção de gastos de pessoal, que a Prefeitura tem e que o
funcionalismo tem, a partir de seu representante e que alguns Vereadores apresentam
diferenciada esta maneira de entender o gasto de pessoal. Eu creio que talvez
possamos encontrar uma mediação, sem retirar do Projeto de Lei o percentual e
vinculá-lo a uma definitiva definição deste gasto de pessoal, através de
projeto alternativo, não um projeto delimitador no projeto alternativo, mas da
definição de gasto de pessoal, onde ela se encontraria, se na Lei nº 4320, se
na visão da Prefeitura neste momento, ou outra que se consolidasse como unidade
e talvez este número até pudesse ser menor do que 75%, no meu entendimento. V.
Exª não concorda?
O SR. DILAMAR MACHADO: Concordo. Eu acho que é um caminho que o Ver. Adroaldo
aponta, até porque têm setores do Sindicato que afirmam que, com os números de
hoje, a Prefeitura não tem comprometido com a Folha mais do que 48% da sua
arrecadação. E, se isso for real, não há problema nenhum em limitar em até 75%,
porque, mesmo com os 84%, não chegaria a esse patamar. Mas é esta a dúvida, por
isto que eu sugiro que uma Comissão Paritária, Câmara, Sindicato e Executivo se
reúna. É como diz o Ver. Adroaldo, número é número, há uma lei que define o que
é despesa com pessoal, é só ver os números e acabar com esta discussão que,
acima de tudo, é política que não conduz a um caminho melhor para esse impasse.
Mas a proposta maior que
eu trago à Casa é encaminharmos a discussão no sentido de, amanhã, votarmos de
uma vez por todas e tirarmos esta preocupação dos nossos trabalhos.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Airto Ferronato.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero cumprimentar o Ver.
Dilamar Machado pela exposição feita recentemente, feita aqui da tribuna, com
relação ao Projeto de Lei que versa sobre reajuste dos vencimentos do servidor
público e dizer que também me filio à corrente de que está matéria deve ser
votada com urgência que ela merece. Com relação a esta mesma matéria, nós
gostaríamos de deixar claro que, na verdade, não há nenhuma dúvida quanto à
definição do que é gasto com o pessoal e gostaria de dizer, lamentavelmente,
muito pouca gente está prestando atenção, que não resta nenhuma dúvida quanto a
definição do que é gasto pessoal, o problema que está havendo com a Prefeitura,
e equivocadamente, é que se leva como gasto de pessoal os gastos com as
autarquias deficitárias, e no meu entendimento a lei é clara. Tive a
oportunidade de lecionar esta matéria durante mais de 10 anos a nível nacional
numa série de capitais deste País, a despesa de pessoal do Executivo, da
Administração direta é uma, e se só pegarmos a despesa de pessoal da
Administração direta, ou gastos de pessoal da Administração direta somada a
todas as autarquias, deficitárias ou superavitárias, senão estaremos cometendo
uma grave injustiça. Volto a dizer que na verdade, os 72% mencionados pelo
Poder Executivo se referem, única e exclusivamente, aos gastos com pessoal da
Administração direta, e aos gastos de pessoal com duas autarquias deficitárias,
quando incluirmos o cálculo de gasto de pessoal às autarquias o patamar baixará
sensivelmente. A autarquia é serviço público descentralizado, é uma coisa
bastante clara e a mim não resta dúvida, então, fechamos com a idéia do Ver.
Dilamar Machado de se estudar imediatamente, e já havia falado nesse assunto,
porque em 1993 vai ficar uma situação extremamente ruim para o servidor
público, como hoje já está, está se dizendo que tudo que ocorre ao nível de
problemas com a Administração a culpa é do servidor público, e a coisa não é
assim.
O Sr. Antonio Hohlfeldt:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Concordando com a colocação teórica de V. Exª, também não tenho dúvidas, temos
que colocar tanto as autarquias superavitárias, quanto às deficitárias, é
evidente, porque senão é um jogo meio travestido. Agora, por outro lado, Vereador,
na prática da estrutura administrativa de Porto Alegre, por casualidade ou não,
é uma questão que teríamos que examinar na história desta estrutura,
casualmente, o DEMHAB, o DMLU que sejam, eventualmente deficitários, eles têm
como receber transferências da Administração Centralizada e acabam recebendo
estas transferências e não apenas para financiamento da área de pessoal como
para suas atividades cotidianas, até com material, por aí afora. Enquanto que
aquelas eventualmente equilibradas ou eventualmente superavitárias, por
exemplo, teoricamente, o DMAE, elas tem uma estrutura de autonomia total, de
maneira que para fazer as transferências nós precisamos de legislação
específica, de aprovação desta Casa. Eu me lembro da posição de V. Exª que tem
que se ter um caixa único.
O SR. AIRTO FERRONATO: Apresentei uma proposta.
O Sr. Antonio Hohlfeldt:
Eu já disse que concordava com V. Exª. Eu tenho esta mesma
visão. Eu acho que o Poder Público é uma coisa única e tem que ser tratado como
tal. Mas do ponto de vista legal e formal nós na verdade encontramos pequenos
óbices para concretizar isto, ao menos no atual estágio. Então, me parece que é
por isso, e não por querer manipular números, no sentido de separar o que é
deficitário do que é superavitário eventualmente - CARRIS e DMAE - que têm
estruturas absolutamente autônomas em relação ao DEMHAB e DMLU, que nós
acabamos fazendo uma separação efetiva, porque de fato quando o DMLU e DEMHAB
são deficitários quem paga é a centralizada porque ela tem que fazer um repasse,
enquanto que o DMAE e a Carris, eventualmente recebem socorros, não
necessariamente em dinheiro, mas, por vezes, uma participação de aumento de
capital como está acontecendo agora na CARRIS, mas através de imóveis, através
de participação em outras atividades. Então eu queria deixar claro, eu concordo
com a teoria de V. Exª até porque eu acho que não tem porque discordar ou
concordar, ela é conceito correto, mas me parece que, historicamente, na
realidade da Prefeitura de Porto Alegre nós temos pequenos senões, pequenas
sutilezas que vão ter que ser inclusive revistas, jurídica e
administrativamente, para nós chegarmos a este ponto ideal de um grande caixa
único, que vai dar, realmente, um resultado concreto da situação financeira da
Prefeitura.
O SR. AIRTO FERRONATO: Evidente que foi bem colocado. Vem inclusive, engrandecer a
nossa colocação. Agora, na verdade, é evidente que, se um órgão público,uma
autarquia, que é uma descentralização do serviço público, se ela, na verdade,
não tem recursos suficientes para se gerenciar, é verdade que o Poder
Executivo, deve, inclusive, socorrer esta Administração, porque também é
pública. E nós não estamos aqui tecendo nenhuma crítica com relação à forma
como hoje está se fazendo ou se mostrando o percentual de participação, receita
e despesa de pessoal. O que nós gostamos de deixar claro é que dificilmente se
mostra o que efetivamente o Município gasta em termos de receita corrente,
despesa de pessoal, porque isto aí, na verdade, leva toda a população, a
imprensa, e todos, a, digamos assim, criticar a participação do servidor
público no contexto dos gastos do Município quando está se cometendo uma
injustiça. Por quê? Porque, na verdade, o que se gasta com pessoal é o que se
gasta com pessoal em todo o serviço público, não apenas naquilo que interessa
se mostrar que se gasta. Isto nós sempre estamos defendendo esta idéia.
Entendemos correta.
O Sr. Dilamar Machado: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu
quero, acompanhando o raciocínio de V. Exª, dar o testemunho, porque fui
Diretor um ano e meio no DEMHAB e durante todo este período quem repassou o
dinheiro para o Departamento pagar a folha dos funcionários foi a centralizada.
E não só a folha de pagamento que vinha integral, como também o recurso para pagar
os carros locados lá do DEMHAB. V. Exª tem razão. Acho que é este o ponto, não
podemos mascarar esta situação. Não se pode dizer que a Prefeitura está
gastando menos “x” com a folha quando ela paga a folha do DEMHAB e, segundo me
consta, paga a folha do DMLU. O raciocínio de V. Exª é correto e é isto que
buscamos, a realidade e não a fantasia.
O SR. AIRTO FERRONATO: Eu subi a esta tribuna para dizer que estou apresentando um
Projeto de Lei visando a implantar um sistema de arborização que torne mais ágil,
racional e econômica e prática de conservação e ampliação do Verde em nossa
Cidade. O presente Projeto obriga as empreiteiras, as pessoas físicas e
jurídicas, bem como a Prefeitura, através das suas Secretarias e Departamentos,
ao plantio de árvores em vias públicas, sempre que executarem obras de
calçamento ou de edificação. A orientação técnica e o fornecimento das mudas
ficarão a cargo da SMAM, que elaborará um projeto de arborização e exercerá a
necessária fiscalização. Enfatizamos que o objetivo principal de nossa proposta
não é, tão-somente, estabelecer obrigatoriedade, mas sim viabilizar e estimular
um sistema mais abrangente e participativo envolvendo a comunidade, as empresas
e o setor público no sentido de um ideal comum que é a preservação e disseminação
do verde ao nosso redor. Por outro lado, a proposição traz em seu bojo um cunho
educativo, eis que fomentará a iniciativa de todos os segmentos de nossa
comunidade ampliando a consciência ecológica a medida em que disporão desse
instrumento para implementar a arborização que, mais uma vez, se torne
imprescindível para o nosso meio ambiente.
Nós gostaríamos de dizer
que a idéia, basicamente, é a seguinte: toda vez que uma empreiteira proceder
ao calçamento de rua, ela deverá receber da SMAM uma muda e orientação técnica
também e colocar uma árvore nas vias públicas. E também os órgãos públicos
quando procederem a uma reformulação ou um conserto no calçamento, que aquilo
venha a remover o calçamento, não custa praticamente nada e através da orientação
da SMAM, se coloque uma árvore naquele local.
Vamos fazer também que a
nossa população tenha a consciência da necessidade de, uma vez plantadas
àquelas árvores, manter isso para o bem da nossa população de Porto Alegre e
das gerações futuras. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Adroaldo Corrêa.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a questão do reajuste ao
funcionalismo e a recomposição, além dos 45% da diferença, se vincula ou não a
um delimitador constitucional ou legalmente instituído, nos parece que é o
debate essencial que se deva fazer sobre duas questões importantes, que tem
trazido divergências entre os pontos de vista do Executivo e deste Legislativo
em algumas Bancadas e pela direção do funcionalismo.
A questão do parcelamento da
diferença reconhecida como devida pelo Executivo nos parece mais próxima de uma
resolução, cabe aqui ressaltar, entre parênteses, que é razoável a proposta do
Ver. Dilamar Machado, que se faça a reunião extraordinária amanhã, para debate
e encaminhamento desta matéria que já será posterior à assembléia do
funcionalismo; e a outra questão que nós temos batido, individualmente, nesta
tecla, em relação aos gastos essenciais da Prefeitura com pessoal, e a questão
objetiva dos serviços para toda a Cidade que a Prefeitura deve e lhe são
cobrados, no nosso entendimento pode ter um recurso, há uma negociação
possível, dentro desta visão que já transita de alguma forma na categoria, será
discutida nesta assembléia, hoje, tem uma possibilidade de trânsito junto ao
Executivo. Se a manutenção dos 75% do atual Projeto for subordinada, no nosso
entendimento, a uma definição deste gasto de pessoal, no período em que o
Projeto de Lei possa ser apresentado, este período de 15 dias a um mês, antes,
portanto, da efetivação do gasto com a proposta de ressarcimento da diferença
ou de parcelas dela; nos parece razoável buscar entendimento nisto que,
parecia, num primeiro momento, uma franca oposição e uma contrariedade indissolúvel.
E, se formos ver o que de fato está em discussão, que é realmente a visão de
gastos com pessoal e o limite constitucional, se ele já é uma realidade para
este momento, enquanto exigência, ou se pode ser transposto para um
parcelamento no tempo, até o final deste mandato e mais um ano do próximo
mandato, a divergência estaria entre os 65% da Constituição e os 83%, que em
outubro se constituiria da soma das duas parcelas ideais em que se dividiriam
os 35% e que as cinco parcelas comporiam a partir de 65% em cinco anos que a
Constituição propõe pela medida das Disposições Transitórias. Eu creio que se o
debate for este e não aquele dos que insistem em que há recursos e a Prefeitura
não quer pagar ou a Prefeitura aceita e reconhece, mas não pagará mesmo não
tendo limite. Se for este o debate nós talvez pavimentemos a estrada do
entendimento com bastante rapidez. Por que a essência de uma visão está pública
desde o ano passado, gasto de pessoal, com as contribuições que o companheiro
Antonio Hohlfeldt deu em relação às Autarquias, que são incluídas neste gasto
por nós, pelo nosso entendimento, que o Professor e Ver. Airto Ferronato
qualifica como constitucionalmente definidas, mas que o uso e a prática do
Município atribuem uma outra possibilidade de composição deste gasto. Creio que
se isto é a divergência, há como sentar as três partes envolvidas na questão: a
Câmara de Vereadores, o Executivo e o Sindicato e chegar a um denominador comum
e, em função disto, a um índice comum. A manutenção deste que é um gatilho às
avessas, o índice de 75%, na Lei, nos parece razoável em função de fazer
fronteira com um futuro que, seguramente, é um futuro não previsível de bons
ventos à Administração Pública em qualquer fase dela a não ser no caixa central
do Poder Público Federal, na medida em que os sinais de que este barco ancorou
em Brasília, e que diz que inaugurou uma nova Era começa, antes de partir para
a sua viagem, a fazer água ainda no cais. Este plano que, uma hora adota
medidas inconstitucionais e as mantém avalizadas por um Congresso que, naquele
momento, achou por bem se submeter ao Executivo; ou que propõem medidas
provisórias e as retira também por inconstitucionais, mas as reporá
imediatamente para manter o padrão de que quem resolve na República é o Príncipe,
é o Executivo, subordinando os demais Poderes, este quadro, no nosso
entendimento, se afigura para as finanças públicas municipais e para os
trabalhadores como um conjunto muito pior do que se poderia imaginar com a
simples posse deste Presidente subordinado a um interesse que não é o da
maioria dos trabalhadores do Brasil. O Ver. Dilamar Machado propõe que se tenha
urgência na análise disto, assim que a assembléia tomar uma posição. Creio que,
analisados os dois pontos, tenhamos com objetividade uma precisão sobre o
conceito de gasto de pessoal e um projeto que poderá ser enviado pela
compreensão conjunta a esta Câmara, conjunta do Sindicato, da Câmara, e do
Executivo subordinando aquele limite de 75%, que aludi num aparte do Ver.
Dilamar Machado, que admite o entendimento de que aquele índice até poderá
eventualmente ser menor; e, finalmente, se o índice que é dito de gasto de
pessoal pelo Sindicato principalmente, é muito menor mês a mês do que a
Prefeitura pretende ter no seu Projeto, não há razão alguma para que ele
esteja. Então, a oposição, seria outra: sim, uma luta política e não uma luta
pela reivindicação e o atendimento dela pura e simplesmente.
O Sr. Airto Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre
Vereador, gostaríamos de dizer o seguinte: quem é o servidor público municipal?
É o servidor da Prefeitura, da Câmara e das Autarquias. Estes são servidores
públicos regidos pelo Estatuto dos Servidores Públicos. Portanto, todos os
gastos com estes servidores deverão ser incluídos no cálculo comparativo. Que é
o que nós temos que fazer, comparar todos estes gastos com a receita pública
municipal.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Isto havia compreendido da sua exposição aqui, Ver. Airto
Ferronato, e que pretende incluir também o DMAE, já que é uma autarquia, neste
cálculo.
O Sr. Airto Ferronato: V. Exª falou que na prática não estaria ocorrendo o
pagamento. No meu entendimento, o pagamento está ocorrendo exatamente na
prática como dever ser em nível de serviço público na sua totalidade, ou seja,
uma vez o órgão “x” do Executivo, exemplo, DEMHAB, não tem recurso suficiente
para pagar sua folha de pagamento de pessoal, quem que deve pagar? Um órgão
público municipal. Então, também, em nível de pagamento nós não temos maior
preocupação. A preocupação é comparar toda receita com toda despesa de pessoal.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Veja V. Exª que a divergência não é de fundo, é de
compreensão e de método sobre como definir isto.
O Sr. Clovis Ilgenfritz:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria
de acrescentar ao que está sendo dito pelo nobre companheiro e ao que já foi
dito pelos Vereadores Dilamar Machado e Ferronato, que eu acho que nós temos
duas questões em jogo: uma, é o aumento imediato dos funcionários, que está na
Pauta e a outra, é a questão de como fixar o limitador. Esse assunto
logicamente não será resolvido hoje, então, a impressão que eu tenho é que nós
poderíamos, através de um acordo de Lideranças, compor uma nova proposta onde
essa questão do limitador ficasse prevista na formação de uma comissão que
estudasse, mas desde já, se colocasse o limitador como uma garantia mínima que
precisa para esse fim imediato. Muito obrigado.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Agradeço a V. Exª pelo aparte e, para concluir, apenas diria
que a disposição da Bancada,
assim como, creio, do Executivo, é chegar a uma conclusão mais objetiva
possível e rápida dessa questão que não existe para antagonizar as duas partes
que estão em contradição eventual apenas e momentânea. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1° Secretário que proceda à verificação de
“quorum” para que possamos entrar na Ordem do Dia.
O SR. SECRETÁRIO: (Procede à chamada.) Há “quorum”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Havendo “quorum” passamos à
A Mesa apregoa o recebimento de
duas Emendas de Líder, do Ver. Antonio Hohlfeldt e do Ver. Vieira da Cunha,
apostas ao PLCL nº 014/89, e duas Emendas de Líder, do Ver. Artur Zanella,
apostas ao PLE nº 095/89.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, quero encaminhar a retirada desta Emenda porque quando a
apresentei à Mesa, nem o Ver. Isaac Ainhorn, que é o autor do Projeto, nem o
Ver. Vieira da Cunha ou o Ver. Dilamar Machado se encontravam no Plenário, e a
nossa intenção foi colaborar com o Projeto, que nos parece bom. Mas, dentro da
conversa que se teve com o Ver. Vieira da Cunha, nós concordamos com a proposta
dele e, para simplificar o processo de votação, estamos fazendo a retirada de
nossa Emenda.
Aproveitando, Sr. Presidente,
gostaria de voltar a uma outra Questão de Ordem que apresentei há alguns dias
com respeito à concessão de títulos de Cidadão Emérito. Eu indagava se com a
nova Lei Orgânica manteríamos os dois títulos, nas mesmas condições de votação.
Pelo menos eu não tive a oportunidade de receber o retorno em relação a esta
questão, até a Auditoria chegou a falar comigo, mas eu acho que seria
importante dar conhecimento à Casa até eventualmente se ratificar a posição ou
não, se nós mantemos os dois títulos, com que “quorum” e em que tipo de votação
estes serão realizados. Queria voltar a esta Questão de Ordem que lhe
apresentei há alguns dias atrás.
O SR. PRESIDENTE: Mas
antes de suspender nós vamos apregoar o Processo de nº 3030, Projeto de Lei do
Executivo nº 095/89.
Como nós recebemos Emendas aos
dois Processos, vamos suspender a Sessão para que as mesmas recebam Parecer.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h01min.)
O SR. PRESIDENTE (às 15h16min): Dou
por abertos os trabalhos da presente Sessão.
Srs. Vereadores, vamos abrir uma
janela da nossa Sessão para recebermos representantes da Irmandade do Divino
Espírito Santo. A Bandeira do Divino. Vamos receber o Sr. Aderbal Barbosa, Sr.
Alberto Luiz Cruz. Convidamos o Ver. Aranha Filho para nos representar, convidando
os representantes da Irmandade a vir ao Plenário. Convidamos também o Ver.
Jaques Machado para acompanhar o Ver. Aranha Filho.
(Os representantes da Irmandade
do Divino Espírito Santo dão entrada em Plenário.)
Srs. Vereadores, estamos
recebendo com muito prazer a visita dos Irmãos da Irmandade do Divino Espírito
Santo, o Dr. Aderbal Barbosa Faria, Festeiro, está acompanhado do Sr. Ernani
Machado e Dr. Fernando da Costa Gama. É uma honra recebê-los na Casa do Povo de
Porto Alegre. Queiram, por gentileza, sentar. Estamos à inteira disposição para
ouvi-los.
Passamos a palavra ao Dr.
Aderbal Barbosa Faria, que é o Imperador
Festeiro.
O SR. ADERBAL BARBOSA FARIA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, é com alegria
muito grande que somos recebidos nesta Casa; alegria pela lhaneza com que a
Presidência nos acolheu na sua sala. Trazemos à Casa do povo o símbolo do povo,
a Bandeira do Divino Espírito Santo. O Divino Espírito Santo que é luz, força e
vida da Igreja e que está iniciando a sua Festa deste ano. Estaremos iniciando
com novenas solenes, no dia 25, a festa próxima do dia 3 de junho, data do
Divino Espírito Santo e não poderia deixar a Mesa Administrativa da Irmandade
do Divino Espírito Santo, numa oportunidade como esta de vir até esta Casa
trazendo a Bandeira do Divino Espírito Santo para entregar pessoalmente ao Sr.
Presidente e aos Srs. Vereadores um convite para que participem da festividade
do Divino Espírito Santo. Reservamos o dia 26 de maio às 19 horas e 30 minutos
a Novena à Câmara Municipal de Porto Alegre e ao Sr. Prefeito Municipal.
Esperamos os Srs. Vereadores nos dêem o apoio que precisamos ter. A comunidade
de Porto Alegre precisa ter consciência e ter ciência de que aqueles que nos
representam nesta Casa apóiam uma festa que é tradicional no nosso Estado. A
Capela tem 17 anos de idade, a devoção ao Espírito Santo vai já para 250 anos e
mantém até hoje viva e acesa a Vela da tradição; tradição que nós que
postulamos que o bem prevaleça sempre sobre o mal e que temos pugnado com todas
as forças para a consecução dos nossos objetivos, faremos para que ela continue
viva no coração e na cabeça de cada um dos porto-alegrenses porque somente se
tivermos paz, se tivermos amor, se tivermos a luz do Divino Espírito Santo,
cada um de nós, os senhores como legisladores e cada um na sua profissão, na
sua atividade, na sua comunidade, no seu ciclo de amizades, no seu ciclo social
poderá estender a mão aos seus irmãos e dizer: nós podemos criar uma sociedade
mais justa, uma sociedade plena de amor, uma sociedade que de mãos dadas trilhe
esta estrada difícil e que não atire pedras, usem as pedras do passado, que
foram os erros cometido por todos nós e demarquemos esta nova estrada a ser
seguida, para que no final possamos dizer: legamos aos nossos pósteros uma vida
melhor. E esta vida melhor iluminada pelo Divino Espírito Santo.
Srs. Vereadores, Sr. Presidente,
fica o convite da Irmandade do Espírito Santo, para que V. Exas
estejam conosco nesta festa, e não só nesta festa, que estejam presente sempre
na Capela do Divino Espírito Santo. Temos reuniões dominicais às 9h30min.
Estamos prontos a recebê-los de braços abertos, e desejamos de coração erguendo
a Bandeira, que é o símbolo que defendemos, da paz, do amor e da concórdia, a
luz e a vida da Igreja, para que todos sejam iluminados por esta luz, para que
possam no desempenho das missões que lhes foram confiadas, encontrar o caminho
certo, para que todos nós tenhamos uma vida melhor.
Que Deus abençoe a todos, e
tenham presente, que nós na nossa comunidade, em todas as nossa reuniões
rezamos por nossos governantes e pelo povo governado.
Felicidades, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, obrigado pela grandeza da acolhida. E renovamos o convite:
esperamos vê-los no dia 26 às 19h30min. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com
a palavra o Ver. Dilamar Machado, que falará em nome da Casa e das Lideranças.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, visitantes da Irmandade do Divino Espírito Santo.
Indiscutivelmente, que a visita é grata à Câmara Municipal, ela não interrompe,
ela apenas abre um espaço no nosso trabalho diário, em torno de legislar e
discutir a vida desta Cidade, mas nos abre também um momento de reflexão
agradável e gratificante, porque estamos diante de cidadãos deste País que se
dedicam com fé e determinação à obra, não só de divulgar a festa do Divino, mas
acima de tudo, trazer exemplos claros e definitivos de que vale a pena viver em
sociedade, desde que se tenha consciência de que o nosso direito vai até o
limite do direito do nosso irmão. Nós queremos deixar aos companheiros
integrantes desta Irmandade, o nosso agradecimento pelo convite e pela
homenagem que trazem à Casa do Povo da Capital gaúcha e a certeza de que as
palavras de quem nos antecedeu calaram em nosso coração, porque aqui estamos
representando uma comunidade, na realidade, com falhas, imperfeições, mas
também com virtudes, porque os Vereadores e a Verª Letícia Arruda que
representa a mulher política desta Cidade, nesta Casa, são exatamente a média
do pensamento e da atitude do porto-alegrense diante da vida. Agradecemos o
convite e a visita e temos absoluta confiança de que a maioria dos Vereadores
desta Casa atenderão o convite para o dia 26 e não esquecerão no dia 3 de
participarem de uma das mais tradicionais festas religiosas da Cidade, a festa
do Divino. Em nome da Câmara Municipal muito obrigado e que Deus os conduza a
todos os anos, como tem sido feito, ano após ano, e nos tragam a presença dos
amigos e a Bandeira do Divino. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Vamos
suspender os trabalhos por cinco minutos para os agradecimentos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h28min.)
O SR. PRESIDENTE (às 15h43min): Estão
reabertos os trabalhos. Passamos à
ORDEM
DO DIA
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
PROC Nº
1934/89 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 014/89, de
autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que acresce inciso ao art. 21 da Lei
Complementar nº 12, de 7 de janeiro de 1975. (Dos Divertimentos Públicos e das
Casas e Locais de Espetáculos.) Com Emenda nº 02.
Parecer:
- da Comissão
Especial. Relator Ver. Adroaldo Corrêa: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 02.
O SR. PRESIDENTE: Em
discussão. (Pausa.) Em votação. Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, o presente Projeto de Lei Complementar
rigorosamente quer uma alteração ao Código de Posturas, à Lei Complementar nº
12, que, na realidade, a partir da nova Lei Orgânica, deverá sofrer uma revisão
total. Quem sabe neste ano ou no próximo ainda se começará a estudar uma nova
Lei de Posturas Municipal adequada, Ver. Luiz Braz, a Lei Orgânica do Município
de Porto Alegre. Uma série de correções já se faz como um verdadeiro
imperativo, mas, enquanto isso não vem, nós apresentamos um Projeto de Lei que
visa basicamente a adequar um problema que me foi colocado por pessoas ligadas
à área cultural da cidade de Porto Alegre e a área de espetáculos públicos,
esportivos, em que vem se verificando uma superlotação das casas de
espetáculos. Então, nós acrescentamos um inciso ao art. 21 da Lei Complementar
nº 12, do Código de Posturas Municipais, que estabelece que em todas as casas e
locais de diversões públicas serão observadas as seguintes disposições: vêm os
incisos I e II, e nós acrescentamos um terceiro dispositivo. (Lê.) As lotações
serão obedecidas rigorosamente. Este é o princípio geral, sem que ocorra,
jamais, a venda de ingressos superiores aos lugares disponíveis. O que vem
ocorrendo, na realidade, é exatamente isso. Algumas casas e evidentemente
queremos ressalvar o caso do Teatro São Pedro que é rigoroso no cumprimento de
venda de ingressos, mas há espetáculos públicos os mais diversos na cidade de
Porto Alegre em que se vendem ingressos em níveis superiores à capacidade das
casas de espetáculo e de diversos. Isto pode vir a acarretar um acidente de
monta e, visando cumprir o papel de legislador, é que nós apresentamos este
dispositivo de observância de lotações por parte das casas de espetáculo e tínhamos
feito uma sansão, estabelecendo na época um valor em cruzados. O Ver. Vieira da
Cunha aperfeiçoou o nosso Projeto, atendendo inclusive a uma proposição da
Auditoria da Casa, no sentido de que a multa fosse estabelecida em termos de
URM. Esta Emenda entendemos como positiva e que vem a melhorar o presente
Projeto. Dentro da nossa proposta, estamos fundamentalmente preocupados em
melhorar a qualidade dos serviços das casas de espetáculo, impedindo que as
lotações sejam desobedecidas e, em caso de desobediência das lotações, nós
estabelecemos uma pena que, por sugestão do Ver. Vieira da Cunha, através de
uma Emenda, seria através de URM, que é a nova moeda do Município de Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não
havendo mais quem queira encaminhar, em Votação. Os Srs. Vereadores que aprovam
o PLCL nº 014/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação a Emenda nº 02. Os
Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
PROC Nº
3030/89 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 095/89, que
autoriza o Município a transferir imóveis de sua propriedade ao Departamento
Municipal de Habitação - DEMHAB e dá outras providências. Com Emenda.
Pareceres:
- da CJR.
Relator Ver. João Motta: pela aprovação;
- da CUTHAB.
Relator Ver. João Dib: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em
discussão.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão
de Ordem): Apenas
indago, Sr. Presidente, se nós temos cópias das Emendas, porque eu confesso a
V. Exª que embora tenha visto as Emendas eu não as distingo quando digo nº 01 e
nº 02.
O SR. PRESIDENTE: As
Emendas foram apregoadas e nós já vamos providenciar no xerox.
O Ver. Wilton Araújo vai
discutir o Projeto.
O SR. WILTON ARAÚJO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, este é um Projeto que autoriza o Executivo a
transferir áreas para o DEMHAB, para que seja realizada construções populares,
loteamentos populares. Houve e surgiu e, inclusive, foi motivo por eu ter
pedido adiamento por cinco Sessões, a dúvida por parte desta Casa, porque no
Processo veio a planta e a descrição do imóvel de maneira equivocada. Trouxe o
Executivo para esta Casa a planta errada, não contemplando áreas que no Governo
passado haviam dado sua permissão de uso para a Bambas da Orgia, Escola de
Samba, também área - e esta reservada para o DETRAN fazer os depósitos dos
automóveis -, com isto liberando o terreno do lado da CARRIS hoje. Houve uma
permuta e o Município dá este terreno para o DETRAN. Nós diante do erro que
havia no Processo, da certeza que estas áreas seriam doadas ao DEMHAB. E doadas
ao DEMHAB seriam retiradas dos seus permissionários, ou seja, a Bambas e o
DETRAN, nós pedimos adiamento e, inclusive, adiantou-se o Ver. Zanella,
tentando garantir, em uma das Emendas, a continuidade da Bambas da Orgia dentro
dessa área, a Emenda de nº 02. Mas o tempo do adiamento das cinco Sessões foi
bom, porque o Executivo teve tempo de nos enviar a planta certa e recolocar a
verdade dentro do processo, segundo informações do Executivo, não era intenção
do Executivo retirar a área da Bambas, retificou e, portanto, hoje, embora
tivéssemos feito o processo protelatório nas Sessões anteriores, hoje somos a
favor que passe o Projeto de Lei do Executivo, porque vai acelerar a
implantação de habitações populares na área, preservando a área de permissão de
uso da Bambas e também aquela que será destinada ao DETRAN.
O Sr. Adroaldo Corrêa: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, perguntaria se desta
forma como está o Projeto, em função de que ela na nova área mapeada prevê sim,
através do convênio com as Cooperativas, e sim através do próprio acordo
mantido, e da área física proposta ao loteamento, se as Emendas não carecem de
mérito, na medida em que elas foram opostas em outra realidade que agora está
mudada.
O SR. WILTON ARAÚJO: Eu
entendo assim, que as Emendas, agora, deixam de seu porquê, o objetivo delas
foram alcançados na medida em que nós identificamos o erro, e o Executivo
reconhecendo o erro e alterou as plantas e a descrição das áreas. Acho que as
Emendas agora não tem mais sentido, no meu modo de ver, é uma Emenda do Ver.
Zanella. O encaminhamento é no sentido de aprovação do Projeto, na medida em
que o Executivo Municipal está necessitando da área para a realização de obras
e habitação popular.
O Sr. Antonio Hohlfeldt: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Para não ocupar o tempo de
tribuna e para clarificar essa posição, das duas Emendas do Ver. Zanella, uma
previa o espaço da escola de Samba, que já está automaticamente previsto no
Projeto, e a segunda prevê uma prioridade dos municipários na aquisição dos
lotes. A questão é que pelo protocolo as dimensões de cada área estão
absolutamente clareadas. Então, não há o problema de prioridade. Quer dizer:
tem uma área “x” para o setor dos municipários, tem uma área “y” para o setor
dos particulares, dos moradores...
O SR. WILTON ARAÚJO: Há
uma divisão...
O Sr. Antonio Hohlfeldt: É
a mesma coisa que eu comprar ingresso com local numerado no teatro e querer
chegar antes para garantir. Quer dizer, ele está garantido seja na hora que
chegar. No caso, também, se há dois espaços absolutamente definidos
independente da ordem.
Já definiram as áreas, 132 lotes
numa e 180 lotes na outra. Com isto acho que dirigimos as preocupações do Ver.
Zanella. E neste sentido acho até que o Ver. Zanella, eu faço este apelo a S.
Exª, poderia retirar as Emendas, porque realmente me parece que elas ficaram
inócuas dentro deste encaminhamento que o Executivo deu ao projeto, conforme V.
Exª está registrando.
O SR. WILTON ARAÚJO: Eu
concordo com V. Exª, me somo ao apelo que o Ver. Zanella, atilado e rápido em
colocar as Emendas, para garantir os direitos e interesses daqueles que não só
da Bambas, como também dos funcionários, mas que agora esclarecidos não há mais
porque. Agradeço e peço, então, que os pares votem favorável ao Projeto. Sou
grato.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga):
Solicito
ao Ver. Isaac Ainhorn que assuma a direção dos trabalhos por alguns minutos.
Com a palavra o Ver. Dilamar
Machado.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu venho à tribuna, rapidamente, porque eu conheço
bem a história deste terreno e deste Projeto que na época em que foi permutado
com a Prefeitura, eu era Diretor do DEMHAB e exatamente no dia em que se
encaminhou a negociação, eu fui visitar esta área e descobri que há no
Departamento um grande projeto habitacional para duas mil unidades
habitacionais. É que faltavam recursos veio depois o problema de uma portaria
esdrúxula do Banco Central que inviabilizou obras de habitação popular. Agora
particularmente eu venho aqui prestar a minha homenagem à conquista que a
Bambas da Orgia estão fazendo se este Projeto for aprovado hoje. Pelo menos é
uma das nossas grandes escolas de Samba que acaba com o seu drama de não ter
quadra de ensaio, local para se definir como entidade cultural e até para
agregar o seu grande número de admiradores, participantes e a sua Diretoria. É
para prestar a homenagem ao Presidente da Bambas, aqui presente, o companheiro
Ariovaldo Paz e a sua diretoria e fico feliz em colaborar neste momento como
Vereador da Casa para a solução de pelo menos um problema, como se encaminha
solução para os Imperadores, amanhã ou depois se poderá buscar de volta para o
carnaval da Cidade, a Relâmpagos que teve que parar, simplesmente parou a
escola porque não tinha quadra de ensaio, não tinha estrutura nenhuma.
Continuamos a nossa luta com a Figueira e com tantas outras escolas de samba
que não tem um mínimo de estrutura para organizar este carnaval que felizmente
agora é oficial em Porto Alegre.
Por isso eu trago não só o meu
apoio ao Projeto e concordo com as colocações do Ver. Adroaldo Corrêa e o Ver.
Wilton Araújo que a matéria já está definida no momento em que o Executivo nos
manda os mapas definitivos. As cooperativas já podem buscar a partir de agora o
sistema financeiro de habitação através ou não do DEMHAB para construir as
casas que podem ser construídas, na verdade é um avanço que se faz no terreno
da cultura popular do carnaval.
É a minha manifestação de apoio
integral ao Projeto e a minha felicidade pessoal de ver este problema
definitivamente resolvido e desejar à cinqüentenária Bambas da Orgia um futuro
ainda mais brilhante do que seu passado, já com a bandeira azul e branca
fincada no Morro Santana, na Manoel Elias, e nós verde e branca da Figueira,
companheiro Ariovaldo, temos a maior alegria de convivermos nesta vizinhança da
Bambas da Orgia. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn): Com
a palavra o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, nos nove anos de Câmara Municipal e cinco anos no
DEMHAB, eu creio que tenha sido este o pior Projeto em termos de encaminhamento
que eu vi nesta Casa, é o pior, disparado. O primeiro mapa que veio, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, a quadra que estava destinada à Bambas da Orgia e
ao DETRAN. Constava ali a construção de não sei quantas casas e não sei quantos
apartamentos. Em contato com a Srª Lires Marques, informou-me a mesma, na
época, que aquele mapa, aquele Projeto, não era o Projeto que estava sendo
aprovado, e sim um Projeto do tempo do Dilamar e que ela não sabia o que estava
acontecendo a respeito da Bambas da Orgia e do DETRAN. Em segundo lugar, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, constava que na página 11 e 30 tinha a
desistência das entidades em favor do DEMHAB; na página 11 tinha um ofício da
Srª Lires Marques ao Prefeito, comunicando que as pessoas desistiram, e na
página 31 tinha uma Ata de uma reunião da Prefeitura, na qual os técnicos da
Prefeitura diziam que as entidades desistiam; veio primeiro documento às
entidades que não estava assinado por ninguém, finalmente, chegaram os
documentos e a cooperativa dos municipários para assinar este compromisso não fez
assembléia geral, não consultaram ninguém da diretoria, e as pessoas ligadas à
cooperativa não sabiam do assunto. A Cooperativa 10 de Maio que é uma
cooperativa que foi montada para aquelas pessoas que se acamparam num terreno
que invadiram, no Parque Dona Leopoldina, hoje pela manhã, em reunião
desmentiram tudo, inclusive se dividiram em dois e criaram uma nova
cooperativa; o MAPA, o novo Projeto que veio, Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
não tem uma linha que fale na Bambas da Orgia ou no DETRAN. Não tem uma linha
Ver. Dilamar. E hoje de manhã a Srª Diretora do DEMHAB, não sabia, ainda, que
tipo de documento tinha a Bambas da Orgia, e o Presidente da Bambas, Sr.
Ariovaldo entregou para ela cópia, e não tinha a menor idéia do que aconteceria
com a CARRIS, e ficou extremamente grata que o representante do DETRAN entregou
para ela todos os documentos, porque ela disse que não tinha conseguido achar
na Prefeitura. Afinal de contas, o que é que estava acontecendo. E, ao final
está gravado, já avisou ao DETRAN que doação não mesmo. Que sim como o Estado é
rico ele queria uma permuta com o DETRAN: Então não tem nada que garanta ao
DETRAN, e no Projeto e na tal planta, não tem nada que se refira à Bambas da
Orgia. E a Srª Drª Lires Marques, declarou afinal que apesar da doação ter sido
feita o Governo atual não reconhecia a doação porque a Câmara somente tinha
autorizado a doação, e não tinha doado. Então, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu acho que a Emenda da Bambas da Orgia, deve ficar com a nova
redação que está sendo feita pelo Relator, Ver. Nelson Castan, porque repito,
no Projeto não tem nada que fale na Bambas da Orgia. Em segundo lugar, o DETRAN
não está nem no Projeto e nem no MAPA, e já fez obras lá, Ver. Dilamar Machado,
que V. Exª deve entender bem porque foi Diretor do DEMHAB, só de movimentação,
já movimentou 18 m3 de terra, sem ter um papel do DEMHAB e sem o
DEMHAB conhecer o que estava acontecendo lá.
O Sr. Dilamar Machado: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Artur Zanella, em
primeiro lugar eu concordo com V. Exª que essa Emenda então seja mantida, seja
bem clara. Agora, a Drª Lires Marques, se procurar nos arquivos do Departamento
Municipal de Habitação, há de encontrar o documento que autoriza a Escola de
Samba Bambas da Orgia, a utilizar parte daquela área para a implantação da sua
quadra. Com relação ao DETRAN, também há um documento assinado na época do
Governo Collares, porque o DETRAN ocupa até agora, e o Ver. Castan conhece bem
a matéria e o terreno da Cia. Carris Porto-Alegrense, que é necessário àquela
empresa para o seu desenvolvimento. E o DETRAN está autorizado oficialmente a
ocupar parte da área da metralhadora que é objeto dessa permuta para ali
implantar o seu depósito de veículos apreendidos ou acidentados. Não vejo maior
problema em manter as Emendas, eu concordo com V. Exª para que sejam dadas
todas as garantias. Não tenho dúvidas de que a Escola de Samba Bambas da Orgia
tem o documento oficial e que apenas esta Casa poderá revogar esta autorização.
O SR. ARTUR ZANELLA: Ver. Dilamar,
eu inclusive tenho aqui o tal mapa que a Drª Lires disse que era de origem de
V. Exª e não, está aqui exatamente, Diretora-Geral, Socióloga Lires Marques. E
aqui na área da Bambas e na área do DETRAN, está aqui: trinta e oito casas e
dezesseis lotes, assinado pela Drª Lires Marques, Vicente Buenos Aires
Trindade, Arquiteto Temis da Cruz Fagundes. Esse novo mapa que hoje na reunião
foi apresentado está em branco a quadra E, não tem nada de DETRAN, não tem nada
da Bambas. É importante que fique a Emenda da Bambas da Orgia, espero que a Drª
Lires encontre esse documentos que foram entregues para ela hoje pelo DETRAN e
pelo Presidente da Bambas e também se resolva a questão das pessoas que lá
estão. Hoje esteve aqui um representante do Deputado Mário Madureira trazendo
uma nova cooperativa, se não me engano com outro nome e dizendo que estão
entregando a área em função das ameaças que recebem da outra cooperativa e que
a outra cooperativa foi constituída e anda vendendo lotes por lá.
O Sr. Adroaldo Corrêa: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas para comentar que,
eventualmente, algum erro pode ser admissível no gênero humano, V. Exª na
Emenda nº 02 diz que fica garantida a posse e propriedade da área cedida e essa
Emenda tem data posterior à promulgação da Lei Orgânica que V. Exª mesmo
alertou que a cessão de uso passa a ser sim uma possibilidade do Executivo, mas
a doação e a posse não, portanto a propriedade definitiva não. V. Exª já tinha
notado isso na sua intervenção, mas para lhe dizer que em apenas três linhas,
V. Exª cometeu um erro fundamental.
O SR. ARTUR ZANELLA: O
equívoco e o erro é de V. Exª porque é permitida a doação para entidades de
cunho social que é o caso.
O SR. PRESIDENTE: Ver.
Zanella, eu comunico a V. Exª que o Ver. Aranha Filho lhe cede seu tempo e que
V. Exª tem, portanto, mais dez minutos.
O SR. ARTUR ZANELLA: Obrigado.
Seguramente a “Bambas da Orgia” é uma entidade de caráter social e lembro que
faz eventos e que distribui alimentos, roupas, etc.
O Sr. Nelson Castan: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu já tive a oportunidade de
esclarecer ao Ver. Adroaldo Corrêa que a nova redação da sua Emenda prevê a
concessão de um termo de permissão de uso por parte do DEMHAB nos mesmos termos
do atualmente em vigor, dado pela Prefeitura. Então, a dificuldade levantada
pelo Ver. Adroaldo Corrêa é improcedente.
O SR. ARTUR ZANELLA: É
improcedente de duas formas, mas gostaria, Ver. Castan, que essa concessão de
uso tivesse um prazo muito grande. Eu fiquei preocupado quando a Drª Lires aqui
afirmou que apesar de doado pela Câmara ela tinha embargado a doação porque não
achava justo para as cooperativas. Ficou bem claro que as cooperativas na época
venderiam isso às pessoas. Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com a
Emenda que salvaguarda os direitos da “Bambas da Orgia”, eu creio que pode ser
aprovado isso aí, agora, eu quero que fique bem claro para todos aqui que nós
estamos hoje liquidando com a cooperativa dos municipários. Ver. Vieira da
Cunha que foi Diretor do DMLU gostaria que V. Exª me ouvisse: com essa doação,
hoje, nós estamos liquidando com a cooperativa dos municipários, porque a área
só será vendida às pessoas que ganharem até três salários-mínimos, que é fora
da faixa das cooperativas. Então, vai ter um loteamento normal do DEMHAB em que
aquela cooperativa indicará pessoas para ocuparem tão somente 350 lotes. A
cooperativa aquela foi para o espaço.
O Sr. Wilton Araújo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria de questionar o
orador dado que é autor das duas Emendas que conheço. Não sei se existe outra
Emenda ou outra redação a uma dessas Emendas que eu não conheça.
O SR. ARTUR ZANELLA: Informa
o Ver. Castan que como Relator está fazendo uma nova Emenda.
O Sr. Wilton Araújo: Eu
gostaria de esclarecer na medida em que com essa redação eu mantenho o que
disse da tribuna. Se houver alteração na redação, é outra questão.
O SR. ARTUR ZANELLA: A
Emenda do Ver. Castan já tem a minha aprovação.
O Sr. Nelson Castan: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria de esclarecer aos
meus companheiros de Bancada que quando me foi dada a tarefa de relatar emendas
apresentadas pelo Ver. Zanella, eu tomei a liberdade de reescrever essa Emenda,
porém ela continua sendo de autoria do Ver. Artur Zanella e foi ele quem teve
essa iniciativa. Fui orientado há pouco pela Diretoria Legislativa que essa
emenda toma o nº 03 e o Ver. Zanella, portanto, retira a nº 02.
O SR. ARTUR ZANELLA: Gostaria
de assiná-la, Vereador! Mas, definindo, Ver. Vieira da Cunha, ela acaba com a
Cooperativa dos Municipários.
O Sr. Vieira da Cunha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria de dizer a V. Exª que
há pouco eu falei com um servidor do DMLU, que é o atual Coordenador dessa
Cooperativa. Expus a ele a minha preocupação com a tramitação desse Projeto e
ele disse que eu não me preocupasse porque esse Projeto havia passado por um
processo de negociação prévia que envolveu, inclusive, a atual direção da
Cooperativa dos Municipários. Quero dizer a V. Exª, portanto, que baseado neste
pronunciamento do atual Presidente da Cooperativa Habitacional dos
Municipários, darei meu voto favorável ao Projeto de Lei do Executivo.
O SR. ARTUR ZANELLA: E
o Presidente da Cooperativa dos Municipários concorda com a extinção da sua
própria Cooperativa, o que é um direito dele. Eu gostaria de estar presente na
assembléia geral que vai analisar esse assunto porque tem mais de dois, três
mil inscritos e eles receberão 350 lotes, Ver. Vieira da Cunha. Pelo acordo
então maior assinado que eu imagino seja o Sr. Sabino. Então, o Sr. Marco
Antonio Hortêncio Sabino que eu conheço assinou um péssimo acordo que não
passou na assembléia geral da Cooperativa e tem as mais severas críticas dos seus
cooperativados que aqui tiveram, mas ele é o Presidente, é adulto, só que a
Cooperativa, Ver. Vieira da Cunha, liquidada. Indicará a Cooperativa 350
pessoas que se ganharem até três salários mínimos poderão receber o lote. Não
foi nada disso Ver. Vieira da Cunha que foi aprovado no tempo do Prefeito Alceu
Collares que doou a área para uma Cooperativa dos Municipários para os
municipários utilizarem. Foi este o argumento da época. Na verdade não estava
escrito num primeiro momento, mas no segundo estava, tanto é que doamos a área.
Mas tudo bem, eu espero que tudo termine bem, inclusive as verbas para estes
tais lotes virão do PIMES ao que consta o Governo Estadual que não tem nada a
ver com Cooperativa e tudo aquilo que se imaginou de Cooperativas de auto construção
de discussão de como é que seriam as casas, vão tudo por água abaixo. Mas se a
Prefeitura quer transferir ela para o DEMHAB e o DEMHAB quer receber, as duas
Cooperativas assinam. Apesar de serem as acusações, hoje de manhã, as mais
graves possíveis, ressalvando-se a “Bambas da Orgia”, o DETRAN está um pouco
fora deste problema porque já ocupou a área, já fez a terraplanagem, já tomou
conta de 30 lotes. Está lá, mas entregou, hoje, para a Sra Lires
Marques que não sabia do assunto – e a Dona Lires descobriu isto hoje. Então,
meus Senhores, se todo mundo gosta vamos votar a favor. Só quero que fique bem
claro aqui que quando os Municipários reclamarem que entram numa Cooperativa
que acabou...
O Sr. Vieira da Cunha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) A Emenda nº 01, de autoria de
V. Exª, está exatamente garantindo a prioridade na aquisição das unidades que
venham a ser construídas naquela área aos sócios de cada uma das Cooperativas.
O SR. ARTUR ZANELLA: Esta
Emenda eu vou retirar porque desde que a Cooperativa assinou este contrato
ruinoso para ela, não sou eu quem vai tentar salvá-la. Mas que é um absurdo uma
Cooperativa ter uma doação de uma área para depois, sem consultar seus
associados, sem consultar ninguém, abrir mão em troca de uma possível indicação
de 350 nomes. Mas o que é do gosto regala a vida como se diz. Se querem se
enterrar que se enterrem pelas suas próprias mãos.
Sr. Presidente, eu só gostaria
que retirassem este mapa aqui do Projeto, porque a Dona Lires disse que este
mapa é do tempo do Ver. Dilamar Machado, apesar da assinatura dela este mapa
não tem nada mais a ver com o processo porque está completamente furado. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Lauro
Hagemann): Próximo
orador é o Ver. Nelson Castan. V.
Exª está com a palavra por dez minutos.
O SR. NELSON CASTAN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, nós tivemos a oportunidade de conversar
demoradamente com a Diretora do DEMHAB em visita aquele Departamento, e também
tivemos a oportunidade, praticamente, de esgotar este assunto em todos os seus
aspectos, pela manhã de hoje, aqui neste Plenário em uma reunião em que
estiveram presentes os interessados nesta matéria a partir da própria Diretora
do DEMHAB, que atendeu ao nosso apelo e se fez presente. Também estava o
presidente da “Bambas”, o companheiro Ariovaldo, representando a Cooperativa
Habitacional dos Municipários; o pessoal dos acampados do Leopoldina da
Cooperativa 10 de Maio, a COOCERGS e também o companheiro comissário Valmor que
é o Diretor do depósito de veículos do DETRAN.
Eu entendo que com o
pronunciamento do Ver. Zanella e com a distribuição dos avulsos para os Srs.
Vereadores, aqueles itens ainda obscuros ficam esclarecidos, o que permitirá,
como falei à Diretora do DEMHAB, entendo eu, a aprovação por esta Casa deste
Projeto de Lei. Fizermos questão de sugerir ao Ver. Zanella uma nova redação a
sua Emenda nº 02, que foi retirada, e no lugar dela entra a Emenda nº 03 que
simplesmente inclui no texto o compromisso, por parte do DEMHAB, uma vez
aprovado este Projeto, passa a ser o novo proprietário da área. O compromisso
por parte do DEMHAB é honrar um compromisso já existente desde 30 de setembro
de 1988, em que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre exarou um termo de
permissão de uso, está aqui comigo, Livro 16-D, fl. 104, registrado 548, em que
o Prefeito Municipal à época, Dr. Alceu Collares, cedia está área à Escola de
Samba Bambas da Orgia. Então, o que fizemos foi suprir uma lacuna que existia
no Projeto que veio do Executivo. Inicialmente o Projeto veio sem qualquer
referência ao destino a ser dado a estas áreas; num segundo momento, por
pressão desta Casa, dos Vereadores, a Diretora do DEMHAB mandou um anexo,
mandou um material que passou a integrar o Projeto de Lei, fazendo a previsão
de pedaços daquela gleba destinada à Cooperativa dos Municipários e aos
acampados do Leopoldina, mas ainda faltava o compromisso formal, por escrito,
documentado, que desse garantia à Bambas de que esse termo de permissão de uso
obtido em 1988 fosse respeitado e, também, passasse a ser um compromisso da
atual Direção do DEMHAB, da atual Administração de Porto Alegre. Esse
compromisso foi assumido hoje, de manhã, publicamente, pela Diretoria da
DEMHAB, Srª Lires Marques, ela concorda, já identificou a área destinada à
Bambas. Apenas no Projeto de Lei não tinha nada. A coisa ficaria só na palavra,
só na intenção. Por isso o Ver. Artur Zanella fez esta Emenda, e nós demos um
texto mais objetivo para que não haja dúvidas quanto a delimitação da área,
exatamente como está no termo de permissão de uso, especificando dentro da
gleba total da Metralhadora que área corresponde à Bambas da Orgia.
Então, entendo que com essa
Emenda nº 03 o problema fica superado, a Bambas pode ficar descansada, terá a
área que já é dela, que já estava destinada a ela, e isto fica esclarecido.
O Sr. João Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Hoje pela manhã não pude
assistir a reunião presidida por V. Exª e assessorado pelo Ver. Artur Zanella,
mas tive a satisfação, ao final da reunião, de conversar com a Drª Lires
Marques que me disse que, finalmente, estava resolvido o problema da
Metralhadora pelo Projeto de Lei encaminhado por este Vereador, quando
Prefeito, numa permuta à Casa, e que hoje vai receber o meu voto favorável, com
as Emendas bem apresentadas, para que se solucione, em definitivo, a utilização
da área porque o DEMHAB vai poder aproveitar muito está área, é uma coisa muito
boa, e fico satisfeito em poder dar o meu voto.
O SR. NELSON CASTAN: Entendo
e até abro a minha posição, faço um apelo aos demais Vereadores para que se
aprove nesta tarde este Projeto. Porque é uma transferência de titularidade da
Prefeitura para o DEMHAB, através da posse do direito da propriedade nas mãos,
pelo DEMHAB, é que a Drª Lires poderá se habilitar aos recursos do Governo
Federal para iniciar a urbanização da área e a destinação das famílias que
precisam. Parece-me que já assegurado esta questão da Bambas que o Projeto é
meritório com as Emendas com ele anexas. Gostaria, também, de fazer um
esclarecimento a respeito do DETRAN. A história do DETRAN, ela já vem de muito
tempo. Tenho participação direta nisso desde a época em que presidi a Cia.
Carris Porto-Alegrense e iniciei tratativas junto ao Prefeito Collares, junto
ao Secretário de Segurança na época, visando a transferência do DETRAN para
alguma área da Cidade com o objetivo de liberar um terreno nobre que pertence a
Cia. Carris Porto-Alegrense e que há muitos anos é ocupado pelo DETRAN. Na Rua
Albion existe um depósito de veículos apreendidos, setor do DETRAN. Nós fizemos
um levantamento completo na época, tanto no patrimônio da CARRIS, quanto ao
patrimônio da Prefeitura Municipal e chegamos a conclusão de que aquela área
está liberada a quem quer que seja. Então, me parece que é do máximo interesse
da Administração Popular e da CARRIS, que vive pedindo recursos adicionais
nesta Casa. Porque querem mais recursos, mais terreno e mais dinheiro, se eles
têm um patrimônio valioso que, se forem inteligentes, poderão acertar com o
DETRAN a sua transferência e liberar um terreno vendável que está exatamente ao
lado da Cia. Carris, na Albion, e com valor imobiliário muito elevado. Desde
aquela época nós iniciamos estas tratativas e já estávamos bastante adiantados.
Conseguimos o apoio do DAER para a terraplanagem e uma série de benfeitorias já
foram feitas. É surpreendente que a Diretora do DEMHAB não sabia deste
procedimento todo porque quem delimitou a área, que deverá ser destinada ao
DETRAN, foi o DEMHAB. Agora, cabe à CARRIS e a Administração Popular se
movimentarem para concluir esta permuta, porque não interessa qualquer palavra
com relação ao DETRAN neste Projeto de Lei. Isto não é interesse da Câmara
Municipal, não é interesse da comunidade, isto é interesse específico da CARRIS
e da Prefeitura. Então cabe a eles se movimentarem no sentido de liberar esta
área. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A
Mesa cumpre o dever regimental de apregoar o Requerimento subscrito pelo Ver.
Artur Zanella, retirando, nos termos do Art. 143 do Regimento, as Emendas de
nºs 01 e 02 ao presente processo.
Ao mesmo tempo a Mesa apregoa
uma nova Emenda do Ver. Artur Zanella, de nº 03, que fica inserida ao processo,
no seguinte teor: (Lê a Emenda.)
Próximo orador inscrito para
discussão do processo nº 3030/89 é o Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu não pretendia me pronunciar em tempo específico
sobre este Projeto, embora as informações aqui colocadas de um modo geral estão
corretas, elas não estão completas e eu não gostaria de que, nos Anais da Casa,
ficasse informações que aparentemente possam comprometer o projeto a proposta
aqui apresentada.
Eu gostaria, em primeiro lugar,
de lembrar que esta permuta diária, originalmente, já foi uma permuta
extremamente polêmica aqui nesta Casa ainda na Legislatura anterior. O primeiro
Projeto foi derrotado neste Plenário inclusive dentro de uma posição defendida
por mim porque se fazia permuta com dois cidadãos, aliás, mencionados no atual
Projeto, a Família Jardim - Norberto Jardim - e se colocava como dois cidadãos
pobres coitados, morrendo de fome e que precisavam desta permuta sob pena de
pararem no cemitério, ou coisa parecida. E, no entanto, se permutava esta área
que é uma área que necessita de uma infra-estrutura fantástica tais os
acidentes geográficos, as dificuldades da sua urbanização, se permutava esta
área por outro próprio da Administração Municipal, que não era nada mais nada
menos que o situado em frente ao Centro Municipal de Cultura, onde hoje se
encontra um belíssimo prédio, aliás, vendido à Encol vinte e quatro horas
depois de aprovado o Projeto de Lei, aqui nesta Casa, na segunda tentativa, e
prejudicando, num primeiro momento acho que ao tempo do Ver. Elói Guimarães na
Secretaria Municipal, os trabalhos daquela Secretaria, já que ali estavam duas
construções da SMT que tiveram que ser transferidas para outro local, e um dos
prédios foi construído quando eu estava na SMT. É bom que se lembre que este
Projeto foi polêmico desde o início, e problemático desde um primeiro momento.
Inclusive, na primeira vez nós derrotamos o Projeto e o Prefeito Collares só
conseguiu aprová-lo exatamente porque propunha, na permuta, a responsabilização
desta área permutada lá na Zona Norte para uma então Cooperativa Habitacional
do DMLU, exclusivamente do DMLU. Esta Cooperativa se tornou, posteriormente,
uma Cooperativa Habitacional dos Municipários. Então, o fato de, eventualmente
agora, o Presidente de uma Cooperativa assinar noivo protocolo, em que,
eventualmente, ele abre mão de um conjunto maior para poder garantir um mínimo,
digamos, mas garantir, eu acho que está claramente explicitado nos protocolos,
nas páginas 11 e 30, que a Cooperativa não tem dinheiro para fazer, sequer, os
Projetos, pelo que faz uma troca com o DEMAHB. O DEMHAB assume o Projeto e, em
troca, a Cooperativa aceita diminuir a sua participação, repartindo a sua
possibilidade de atender às necessidades do municipários, que são cidadãos como
quaisquer outros, com aquela outra Cooperativa. Então, para se organizar
claramente o que estamos discutindo é isto, e até pediria que se houver
incorreção de minha parte, que eu seja aparteado. Então, neste sentido, o que
houve? Houve, pelo DEMHAB, uma decisão de não entregar totalmente está área aos
municipários e uma negociação - e acho que o Poder Público está aí para
negociar - que se atendeu os municipários e, simultaneamente, a uma população
que ocupou uma determinada área, organizados ambos em duas Cooperativas. Segundo
o problema levantado pelo Ver. Zanella, da legitimidade ou não das direções,
acho que é um problema que, pelo menos neste momento, não nos diz respeito. Se
os municipários, ou cooperativados, os ocupantes da área não gostarem das suas
direções, é um problema que deverá ser decidido por lá, nós, a Câmara, temos
que olhar o que está aqui: há dois protocolos assinados, claramente, pelos
cidadãos que respondem pelas duas entidades com as quais a Prefeitura faz o
protocolo, e que representam, e se isso não ocorreu, neste momento, não diz
respeito, o que nos interessa são os dois protocolos, e eles estão aqui.
Complementarmente, entendo que, quanto a Bambas da Orgia, acho que a Emenda do
Ver. Zanella coloca a coisa no lugar, estava preocupado porque achava que não
havia o Projeto de Lei, apenas os protocolos, e aí não caberia a Emenda, mas
existe o Projeto de Lei, se Emenda do Projeto, acredito que o termo de
compromisso deverá ser transformado, depois, em um outro documento, semelhante
ao afirmado com as Cooperativas, para dar um tratamento isonômico à Escola de
Samba, e com isso resolvemos o problema. Quanto ao DETRAN, opinião pessoal,
normalmente sou contrário a qualquer doação de terra do Estado, porque a área
que o DETRAN hoje ocupa na CARRIS - é da CARRIS, e vai tirar o DETRAN de lá,
não é dele, é da CARRIS, e o que temos que fazer? Uma permuta, e quero propor
objetivamente: há uma vila, a São Judas Tadeu, por exemplo, está numa área da
Secretaria da Saúde do Estado, pois então, permute-se esta área com a da hoje
ocupada pelo DETRAN, porque a Prefeitura tem que dar, e o Estado receber? Nada
contra os Governadores e Prefeitos, mas resolvemos, simultaneamente, dois
problemas: mantemos o DETRAN onde é necessário, ótimo, mas mantemos a Vila São
Judas Tadeu, oficializada, urbanizada. Aliás, há três anos atrás apresentei
Projeto de Lei, mas acabou sendo vetado pelo Prefeito Collares sob a
justificativa de que é uma área do Estado, quando no meu projeto colocava-se um
artigo que dizia claramente: “devendo a Prefeitura fazer uma negociação com o
Estado”. Eu duvido que qualquer Governador negasse fazer uma negociação com o
Estado no sentido de legalizar essa área, ou seja, de repassá-la ao Município,
que por sua vez repassaria ao DEMHAB que fazia, então, a sua urbanização, a sua
organização necessária.
Então, eu acho que nós temos que
tentar aqui ver as coisas dentro de um contexto mais amplo. Não é simplesmente
a Prefeitura eternamente doadora de áreas. Doava áreas antes para a EBTU para
fazer o TRENSURB, e agora doa áreas para o Estado. O Estado nem está pedindo,
necessariamente.
O Estado pode sim, deve sim,
organizar-se com a Prefeitura e buscar soluções. E nós temos uma situação
objetiva. Eu nem tenho preocupação, Ver. Airto Ferronato, se a área do Estado é
maior do que a do Município, ou vice versa, eu acho que nós temos que propor
uma negociação e que nós vamos resolver dois problemas. O DETRAN fica com uma
área para colocar os veículos recolhidos e a Prefeitura resolve um problema de
Porto Alegre que é a solução da Vila São Judas Tadeu que até hoje é uma vila
clandestina porque está numa área da Secretaria da Saúde do Estado, fica logo
atrás daquele depósito de remédios na Av. Ipiranga que está invadido por
particulares, industriais, fabricantes de casas pré-fabricadas e que, portanto,
neste sentido, nós resolveríamos, acho que seria um segundo momento de
encaminhar... Fora o treinamento dos cavalos militares. Fora o esgoto a céu
aberto que desce de lá das áreas mais altas do Partenon. Por aí afora.
Mas, enfim, para esclarecer a
história destas áreas, que foi uma polêmica antiga aqui na Casa. Em segundo
lugar, o problema das disputas destas Cooperativas, que eu acho que neste
instante não nos diz respeito, vai caber aos cooperativados. Claro que se
houver uma posição contrária dos cooperativados, que a Justiça resolva alguma
coisa, fica anulada a nossa decisão. Agora, nós temos que votar e decidir em
cima daquilo que nós temos aqui. E a documentação que nós temos aqui é
absolutamente legal, esta assinada pelos representantes.
Quanto ao DETRAN eu,
pessoalmente, acho que nós temos um encaminhamento que eu tenho certeza o
Governador Guazzeli e o Prefeito Olívio Dutra podem acertar sem nenhum
problema. Faz-se, normalmente, a permuta, o DETRAN fica lá naquela área, mas
nos garante, aproveitamos para pegar esta área da São Judas Tadeu,
resolveríamos também o problema desta vila. É uma coisa que eu queria deixar
aqui sugerida.
Por isso, evidentemente, eu acho
que a Emenda do Ver. Zanella faz sentido, nós devemos ter esta emenda para
garantir, os mapas e os projetos serão uma conseqüência disto, a retirada da
Emenda nº 01, eu acho que também tem lógica, era um apelo que eu fazia ao Ver.
Zanella, já que no próprio encaminhamento, na própria distribuição dos dois
grandes lotes nós resolvemos, não há porque garantir prioridade se já está
definida a parte de cada um. E neste sentido eu voto favorável ao Projeto. Sou
grato.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Lauro
Hagemann): Com
a palavra o Ver. João Dib. V. Exª tem dez minutos.
O SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu entendo que nós falamos muito na Câmara
Municipal no debate de determinados problemas que poderiam se reduzir a uma
meia dúzia de palavras. Eu não pretendia usar esta tribuna e, portanto, fiz um
aparte ao pronunciamento do Ver. Nelson Castan, dizendo da minha satisfação de
ver hoje, efetivada, concluída uma transação que se iniciou na minha
Administração, quando permutamos um terreno e que hoje vai servir para a
Cooperativa dos Municipários, vai servir para a Bambas da Orgia e vai servir
para solucionar, como bem propõe o Ver. Antonio Hohlfeldt, uma transação entre
o Governo do Estado regularizando terras que estão invadidas e tirando do
DETRAN para uma outra área e resolvendo o problema da CARRIS. Mas eu gostaria
de dizer que o Projeto de Lei que foi encaminhado - é por isso que eu estou
também dizendo que se fala muito aqui - o Projeto de Lei que foi encaminhado
propondo a permuta dos 32 hectares da Metralhadora pelo terreno, aqui na Érico
Veríssimo, não foi apresentado por duas pessoas carentes, sem recursos,
pobrezinhas, não. Foi feito entre a Prefeitura e a CORTEL depois de três
avaliações: uma da Prefeitura que no meu tempo e no meu entendimento a melhor
avaliação que se faz de imóveis se faz pela Prefeitura, mais uma avaliação da
AVALIEN e mais uma avaliação da Caixa Econômica Federal, e das três avaliações
a mais favorável, a da Prefeitura, é a que foi utilizada fazendo com que a
CORTEL devolvesse ao Município, não sei bem, mas uma centena de milhões de
cruzeiros ou cruzados que agora deixa de ter sentido todos os números, mas de
qualquer forma a mais favorável à Prefeitura.
Agora, curiosamente, quando o
Projeto tramitava - não foi negado - na Câmara Municipal, o Executivo
retirou-o, modificou alguma coisa, o Executivo na Administração Collares, e
mandou de volta e aí ficou bom. Realmente alguma coisa deixa dúvidas sobre um
parecer que lá estava e que depois deixou de ter razão de ser. Mas, desta
forma, gostaria de registrar que a Prefeitura andou muito bem quando permutou
os 32 hectares. Até porque, a Prefeitura permitiu, através do DEMHAB, que uma
pequena parte, talvez dois ou três hectares, fosse invadido por uma pequena
população que precisava morar e estava morando em área que não era do Município,
mas que estava ocupada pelo Município.
Então acho que hoje se conclui
um negócio iniciado a meia dúzia de anos atrás e que todos sairão ganhando, e
que é possível que resolva um problema muito bem colocado pelo Ver. Antonio
Hohlfeldt do DETRAN com a Secretaria do Município, e também a Bambas da Orgia
tem, definitivamente, resolvido o seu problema de instalação de sua escola numa
área que o Município lhes doa, e que o Ver. Artur Zanella apresenta numa
Emenda. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada
a discussão. Em votação.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr.
Presidente, requeiro que a votação seja nominal.
O SR. PRESIDENTE: Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam o Requerimento permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Solicito ao Sr. 3º Secretário
que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.
O SR. 3º SECRETÁRIO: (Procede
à chamada e acolhe os votos. ) Vinte e oito votos SIM.
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o
PLE nº 095/89.
(Votaram
SIM os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis
Brum, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi
Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Jaques Machado, João Dib,
João Motta, Lauto Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz
Machado, Mano José, Nelson Castan, Omar Ferri, Valdir Fraga, Vieira da Cunha,
Wilton Araújo, Martim Aranha Filho e Adroaldo Corrêa.)
O SR. PRESIDENTE: Em
votação a Emenda nº 03 aposta ao PLE nº 095/89.
O SR. NELSON CASTAN: Sr.
Presidente, requeiro a votação seja nominal.
O SR. PRESIDENTE: Em
votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Solicito ao Sr. 3º Secretário
que proceda à chamada nominal dos Srs Vereadores para a votação.
O SR. 3º SECRETÁRIO: (Procede
à chamada e colhe os votos.) Dezoito votos SIM, contra uma ABSTENÇÃO.
O SR. PRESIDENTE: APROVADA a
Emenda nº 03.
(Votaram
SIM os Srs. Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis
Brum, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi
Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Isaac Ainhorn, Jaques
Machado, João Dib, João Motta, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia
Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nelson Castan, Omar Ferri, Valdir
Fraga, Wilton Araújo, Martim Aranha Filho e Adroaldo Corrêa. ABSTEVE-SE de
votar o Ver. Vieira da Cunha.)
PROC Nº
1134/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 088/88, de
autoria do Ver. Hermes Dutra, que acrescenta parágrafos 1º, 2º e 3º ao artigo
1º da Lei nº 5.824, de 22 de dezembro de 1986, que “dispõe sobre a fixação do
horário de atendimento ao público nas instituições financeiras do Município de
Porto Alegre”. Com Emendas nºs 01 e 02.
Pareceres:
- da CJR.
Relator Ver. Vicente Dutra: pela aprovação. Com Emendas 01 e 02;
- da CEDECON.
Relator Ver. Leão de Medeiros: pela aprovação com Emendas 01 e 02.
O SR. PRESIDENTE: Em
discussão. Com a palavra para discutir, o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, em função das Emendas, a Ementa é alterada, porque
fala sobre a fixação de horários de atendimento ao público, etc., etc. No novo
processo de negociação, a parte principal desse Projeto, que acrescentava duas
horas ao horário dos Bancos, para atendimento aos pensionistas e às pessoas que
recebem salários, foi retirada e só fica hoje, para votação, a proibição de que
os Bancos apresentem aquele cartaz ilegal que diz: “Pagamentos até às 14 - ou
15 horas”, para que o horário bancário que nesse caso, com as Emendas, é o
fixado pelo Banco Central, não seja ainda diminuído em função das disposições
internas dos Bancos que cerceiam a atividade normal dos clientes.
O Sr. Vieira da Cunha: V.
Exª permite um aparte?(Assentimento do orador.) Quero dizer a V. Exª que este
Vereador fez um Pedido de Destaque à Emenda nº 01 exatamente para possibilitar
que o projeto mantenha sua finalidade original, qual seja a de não apenas
estender para o horário normal de funcionamento a possibilidade de pagamento de
contas variadas, mas também, no sentido de que nos dias de pagamento de
benefícios previdenciários sejam obrigados a abrir suas portas às 8 horas da
manhã conforme previa originalmente o Projeto do Ver. Hermes Dutra, que acho
que tem mérito. Portanto, sou contrário à Emenda supressiva que quer retirar o
parágrafo que trata dessa abertura em horário mais cedo. Pediria que V. Exª, no
seu pronunciamento, se ativesse ao fato de que há um Requerimento de Destaque
para essa Emenda supressiva seja votado em separado.
O SR. ARTUR ZANELLA: Ver. Vieira
da Cunha, quando discuti o Requerimento do Ver. Clóvis Brum, de adiamento da
questão, eu dizia que seguindo a orientação de um líder político nacional que
diz que mingau quente se come pelas beiras, para evitar que já se entre numa
briga judicial, eu achava - e expressei naquela oportunidade - que deveríamos
aprovar só a parte menos problemática. Tenho um outro Projeto pronto,
equiparando o horário de Porto Alegre ao horário bancário fixado pelo Banco Central
para São Paulo e Rio de Janeiro, ou seja, mais meia hora, onde seriam
atendidos, exclusivamente, os pensionistas. Mas isso não só nos dias de
pagamento, mas em todos os outros dias. Se o problema for de paternidade,
ofereço-lhe o Projeto de Lei.
O Sr. Viera da Cunha: V.
Exª sabe que não brigo por paternidade.
O SR. ARTUR ZANELLA: Até
coloco porque V. Exª é um jurista. Acho que deveríamos aproveitar esse horário
diferenciado dado pelo Banco Central e prorrogarmos o horário até às 16h30min,
aproveitando essa meia hora para o atendimento aos pensionistas que ficam
naquelas filas.
O Sr. Vieira da Cunha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Tanto é verdade que não estou
preocupado com paternidade do Projeto que estou defendendo um Projeto de
autoria do ex-Vereador Hermes Dutra, que nem da minha Bancada é, nunca foi, mas
que apresentou idéias que julgo defensáveis e inclusive exeqüíveis sob o ponto
de vista Constitucional e legal, Portanto estou aqui defendendo um Projeto que
não é de minha autoria, é inclusive de um ex- Vereador que foi apresentado em
outra legislatura, mas o seu conteúdo é bom, tem mérito e, portanto, recebe
aqui a minha defesa.
O SR. ARTUR ZANELLA: Eu
conversei com o Ver. Hermes Dutra, que também é do mesmo Parecer de V. Exª, ele
acha que deve ser votado tudo. Eu tenho a impressão que deva ser votado em
partes, mas isso é irrelevante. Mas o importante, Srs. Vereadores, é que a Lei
Orgânica do Município claramente identifica o horário de banco no peculiar
interesse da Cidade. Segundo lugar: não se diga que o Banco Central é
onipotente nisto aí. Até há poucos dias Guaíba tinha um horário diferente de
Porto Alegre; Nova Petrópolis, onde o Ver. Antonio Hohlfeldt tem as suas
propriedades maiores, também tinha horário diferenciado, de acordo com o Ver.
Antonio Hohlfeldt; e também toda a fronteira tem horário diferenciado. O que o
Banco Central exige, Sr. Presidente Srs. Vereadores, é que o horário em que o
OPEN, OVER, eu sei lá, atuasse, houvesse uma uniformidade em todo o País, na verdade
o OPEN e o OVER hoje nem importância mais têm. Então, Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, eu proponho a aprovação do Projeto do Ver. Hermes Dutra que não é
meu, eu pedi um simples desarquivamento do mesmo e por uma questão de tática eu
acho que as emendas números 01 e 02 devam ser acolhidas; emendas do Ver. Flávio
Coulon, propostas pelo Dr. Enio Dias de Castro, assessor desta Casa à época e
depois Procurador Geral do Município com o Dr. Olívio Dutra e que depois, Ver.
Viera da Cunha, passada essa primeira escaramuça vamos ver se os bancos entram
na Justiça ou não, como alguns me disseram que entrariam. Então em função do
que ocorrer com isso vamos regulamentar essa dos aposentados receber. Se nós
acrescentarmos um horário de manhã ou comparamos Porto Alegre com Rio e São
Paulo. O que não pode acontecer Srs. Vereadores, Sr. Presidente é que os
Bancos, abusivamente, não recebam pagamentos a partir de um determinado momento
e que não se veja mais aquele espetáculo deprimente dos aposentados em filas de
manhã cedo, de madrugada, para receberem aqueles aviltados recursos que recebem
no final do mês. Finalmente, Sr. Presidente, eu consulto à Mesa e a Diretoria
Legislativa, que como este é o caso, imagino que seja de “posturas municipais”,
se não haveria necessidade de aprovação por maioria absoluta? É uma questão que
faço, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, à Diretoria Legislativa, porque me
parece que isto acrescenta algo nas “posturas municipais, e em sendo de
“posturas municipais”, deveria ter um “quorum” qualificado para aprovação que,
seriam os 17 votos. Eu consulto à Presidência e peço, então, a aprovação do
Projeto.
O Sr. Vieira da Cunha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª está levantando uma
Questão de Ordem que pode fulminar o Projeto do Ver. Hermes Dutra. V. Exª dá a
notícia, eu não sabia, que V. Exª mesmo pediu o desarquivamento e a tramitação,
porque se trata de alterar uma Lei Complementar. V. Exª sabe, tão bem quanto
eu, que uma Lei Ordinária não tem força para tal e o Projeto de Ver. Hermes
Dutra é um Projeto de Lei Ordinária do Legislativo. V. Exª está propondo uma
Questão de Ordem que pode fulminar inclusive o próprio Projeto.
O SR. ARTUR ZANELLA: É
por isto que levanto esta questão à Mesa porque há pouco tempo nós votamos um
Projeto, um Veto ao Projeto do Ver. Aranha Filho, cuja alegação do Veto era
exatamente esta. Então, consulto à Mesa para evitar que façamos algo
equivocado, que não é o meu desejo e de ninguém desta Casa.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga):
Encerrada
a discussão, vamos suspender os trabalhos por cinco minutos para que a
Diretoria Legislativa nos informe a respeito da preocupação do Ver. Artur
Zanella.
(Suspendem-se
os trabalhos às17h10min.)
O SR. PRESIDENTE (às 17h15min): Estão
reabertos os trabalhos.
Sobre a mesa, Requerimento de
autoria do Ver. Artur Zanella, solicitando seja o PLL nº 088/89 adiado por uma
Sessão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneça
sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC Nº
1247/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 043/89, de
autoria do Ver. Cyro Martini, que dispõe sobre a proibição do emprego da roleta
especial mecânica nos táxis-lotação e dá outras providências.
Pareceres:
- da CJR.
Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação;
- da CEDECON.
Relator Ver. Jaques Machado: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em
discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL
nº 043/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC Nº
0034/90 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 001/90, de
autoria do Ver. Nelson Castan, que concede o título de Cidadão Emérito ao Sr.
Sergio da Costa Franco.
Pareceres:
- da CJR.
Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação;
- da CEC.
Relatora Verª Letícia Arruda: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em
discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam o PR
nº 01/90 permaneça sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC Nº 0052/90 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 002/90, de autoria do Ver. Cyro Martini, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Vanderlei Soares.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação;
- da CEC.
Relatora Verª Letícia Arruda: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em
discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam o PR
nº 002/90 permaneçam sentados (Pausa.) APROVADO.
PROC Nº
0462/90
– PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/90, de
autoria do Ver. Luiz Machado, que concede o título honorífico de Cidadão
Emérito ao Sr.
Hermógenes de Paula Mattos Cardoso.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação;
- da CEC.
Relator Ver. Cyro Martini: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em
discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PR nº
05/90 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC Nº
0181/90 – PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO Nº 002/90, relativo
a Convênio que entre si fazem o Município de Porto Alegre e o Conselho Regional
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do RGS.
Pareceres:
- da CJR.
Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação;
- da CFO.
Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Nelson Castan: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em
discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam o PA
nº 02/90 permaneçam sentados. APROVADO.
VOTAÇÃO
PROC Nº
3236/90 – REQUERIMENTO Nº 0268/89, de
autoria do Ver. Isaac Ainhorn, visando a inserção nos Anais da Casa da crônica
do jornalista Sérgio da Costa Franco, publicada na edição do Jornal Zero Hora
do dia 07.12.1989.
Pareceres:
- da CJR.
Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação;
- da CFO.
Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação.
Observação:
- votação
adiada por duas Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Requerimento Nº 268/89
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
É a seguinte, portanto, a
matéria a ser inserida nos Anais:
“IPTU em alta
O grande risco dos impostos
diretos é o de ficar o contribuinte à mercê dos abusos e caprichos do Poder
Público. E quando se trata de IPTU, num período de inflação aguda, em que o
valor ideal dos imóveis pode subir às nuvens, a faculdade, deferida ao Fisco,
de graduar a seu bel-prazer o valor venal dos prédios tributados pode acarretar
injustiças graves. A ponto de ficarmos reduzidos à condição de inquilinos de
nossas próprias casas...
Antes de tudo é preciso
considerar que o domínio de um imóvel de valor não é por si só um indício de
capacidade financeira. Há famílias de baixa renda (e quantos aposentados e
pensionistas da Previdência se submetem hoje a um padrão de vida muito inferior
ao que desfrutaram no passado!) que habitam casa herdada ou adquirida nos bons
tempos, de características superiores ao seu atual nível de ganhos. É elementar
que o tributo deve ser graduado segundo a capacidade financeira dos
contribuintes. De modo que o IPTU não pode ter como único parâmetro o valor
ideal do imóvel, devendo contemplar também a variação da renda de quem o paga.
O imposto dos imóveis alugados é suportado pelo respectivo inquilino, e só isso
já recomendaria ao Município uma enorme cautela na revisão anual do IPTU,
graduando-a pelo teto da taxa inflacionária.
Não e de hoje que os Municípios
tentam drásticas revisões do valor venal dos prédios, para o efeito de morderem
mais forte o contribuinte. Faziam-no até por simples decreto do Executivo, o
que encontrou barreira em decisões do Supremo Tribunal Federal, assim
ementadas: ‘Para se atribuir outro valor venal ao imóvel, que não o decorrente
do anterior, mais a correção monetária, é mister lei, não bastando, para isso,
simples decreto’.
Os contribuintes de Porto Alegre
confiam em sua Câmara Municipal, no sentido de que legisle para limitar a
voracidade das pretensões do Executivo.”
A Mesa registra a presença em
Plenário do Ver. Waldemar Gauss Filho, do PFL de Charqueadas.
Requerimentos encaminhados à
Mesa.
(Obs.: Foram aprovados os
Requerimentos constantes na Ata.)
O SR. PRESIDENTE: Nada
mais havendo a tratar estão encerrados os trabalhos.
(Levanta-se
a Sessão às 17h25min.)
*
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